Fogo na Ilha de Alcatrazes deixa autoridades em alerta

OESP, Vida, p.A18 - 02/12/2004
Fogo na Ilha de Alcatrazes deixa autoridades em alerta
Herton Escobar
A notícia de que um incêndio atingira a Ilha de Alcatrazes, no litoral norte paulista, deixou autoridades e organizações ambientais em alerta ontem. O fogo foi visto a olho nu do continente, a mais de 35 quilômetros de distância, mas não há detalhes sobre a extensão dos danos. A ilha, conhecida por abrigar uma série de espécies endêmicas, é usada como alvo para treinos de tiro da Marinha.
"Eu estava na praia no fim de tarde (anteontem) e vi um reflexo dourado na ilha. Quando escureceu deu para notar que era fogo", relata a ecóloga Silvana Aseredo, que mora em Maresias, São Sebastião, e já participou de várias expedições de pesquisa na ilha.
O Ibama, responsável pela Estação Ecológica Tupinambás, que cobre a ponta sul da ilha, tinha poucas informações. O órgão não tem barco para navegar em mar aberto e depende do aluguel de embarcações ou de pegar carona com expedições científicas para chegar até a ilha. "Ainda não tivemos acesso ao local para ver o que aconteceu", disse ontem ao Estado o chefe substituto da estação, Roberto Reis. "Mas, para tantas pessoas terem ligado, o incêndio deve ter sido significativo."
Em nota, a Marinha informou: "Durante a realização de exercícios conduzidos por navios da Marinha na Ilha de Alcatrazes, na tarde do dia 30 de novembro, foi observado foco de incêndio na vegetação rasteira; tão logo observado o fato, o exercício foi prontamente interrompido e acionados os meios disponíveis para o combate." O fogo teria sido apagado rapidamente, mas a nota não especifica o tempo nem o tamanho da área atingida. "As causas do aparecimento deste foco de incêndio estão sendo averiguadas", conclui.
A ilha abriga cerca de 20 espécies exclusivas de fauna e flora, como a jararaca-de-alcatrazes. Muitas são consideradas ameaçadas justamente pelo risco de um incêndio dizimar a população. Nenhum barco pode se aproximar da ilha sem autorização da Marinha. "Temos uma expedição no dia 13. Acho que veremos só o cadáver", diz o coordenador do Projeto Alcatrazes da Sociedade de Defesa do Litoral Brasileiro, Fausto Pires de Campos.

OESP, 02/12/2004, p. A18
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