GOVERNADOR E SECRETÁRIO DO AMBIENTE DUPLICAM ÁREA DO PARQUE ESTADUAL DA ILHA GRANDE

www.semads.rj.gov.br - 02/02/2007
Com a assinatura de decreto duplicando a área do Parque Estadual da Ilha Grande e o anúncio de outras iniciativas de preservação da região, o governador Sérgio Cabral e o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, deram nesta sexta-feira o pontapé inicial para transformar essa unidade de conservação em um modelo desenvolvimento sustentável.

Diante de uma multidão que lotou a sede do IEF na ilha, na Praia do Abraão, formada basicamente por moradores, ambientalistas e autoridades públicas, como o prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão, e a presidente do IEF, Yara Valverde, o governador resumiu sua expectativa: Quero que a Ilha Grande seja um parque de referência em termos de preservação. A Ilha Grande é o nosso grande patrimônio”.

Ao anunciar futuros recursos do Canadá e da Alemanha, como do Banco KFW, e a ajuda de empresas nacionais na administração do parque e em outras ações de preservação da região, Minc assinalou: A Ilha Grande é o primeiro parque a ter uma gestão diferente. Não será um parque no papel, ou seja, onde nada acontece”.

Além do decreto de ampliação do parque, foram assinadas outras iniciativas, como um protocolo de intenções entre a prefeitura e o governo estadual para a elaboração, até junho, de revisão do Plano Diretor da Ilha Grande, disciplinando seu crescimento.

Foi criado também um grupo de trabalho para a elaboração, em seis meses, de um plano de gestão sustentável da Ilha Grande, com a participação da Prefeitura de Angra dos Reis, de entidades ambientalistas, como a Sapê, do IEF, da Uerj e do Conselho para o Desenvolvimento Sustentável da Baía da Ilha Grande, formado por grandes empresas, entre outros parceiros.

O estudo definirá, por exemplo, medidas necessárias de saneamento e de contenção dos visitantes da ilha, principalmente em grandes feriadões. Com 7.200 moradores, a ilha chega a receber 25 mil visitantes em datas como o Carnaval, o que ajuda na degradação da região.

Ao lado do reitor da Uerj, Nival Nunes de Almeida, a presidente do IEF, Yara Valverde, anunciou acordo de cooperação técnica com a universidade estadual, para se fazer um estudo científico dos recursos naturais do parque.


PARQUE MODELO


Administrado pelo IEF e com o apoio de empresas do porte da Vale do Rio Doce, o novo parque deverá ser um modelo em termos de visitação e também de educação ambiental, com trilhas e informações ecológicas sobre o ecossistema da ilha. A Vale já anunciou a doação de 2.000 mudas para reflorestamento de áreas degradadas.

Os novos limites do parque passaram a abranger 12.072 hectares, ocupando 62,5% da área da Ilha Grande – protegendo, por exemplo, a paradisíaca Praia de Lopes Mendes, que estava ameaçada pela especulação imobiliária. Somando-se as duas outras unidades de conservação já existentes (Reserva Biológica da Praia do Sul e Parque Estadual Marinho do Aventureiro), 87% da ilha estão agora protegidos (um total de 16.972 hectares).

No entanto, para que a preservação não fique só no papel, o secretário Carlos Minc está negociando apoios financeiros para montar uma estrutura de administração modelo, participativa e ligada ao ecoturismo, a exemplo do que ocorre em países como o Canadá. Na Austrália, cada dólar que o governo investe gera 30 dólares de serviço de turismo e de atividades de lazer. Aqui, no país e no Rio, isso não acontece”.

E para ajudar a transformar essa realidade, colocando o Rio na vanguarda das mais modernas experiências de administração de unidades de conservação, o secretário anunciou a vinda, em junho, de diretor de parques canadenses, para mostrar sua experiência de trabalho e de preservação”.

Segundo o secretário, esse novo modelo de gestão da Ilha Grande será estendido para outros três importantes parques estaduais: Três Picos, Desengano e Pedra Branca.

O governador enfatizou, em seu discurso, que a área ambiental é uma das prioridades do seu governo, citando algumas futuras ações, como o início, no final de fevereiro, de processo para qualificar tecnicamente as prefeituras do estado para que passem a conceder licenciamento ambiental de pequenos empreendimentos.

Outra prioridade é o envio de projeto de lei para a Alerj, ainda em fevereiro, criando o chamado ICMS Verde. Sem que haja aumento de imposto para a sociedade, as prefeituras que investirem em projetos de preservação e de recuperação ambiental terão direito a percentual maior da distribuição da parcela do ICMS arrecadado que o governo estadual têm que repassar para os municípios.

Como fecho das atividades, houve o lançamento do livro Sambaqui ao Turismo, de Rosane Prado, a inauguração de exposição de fotografias premiadas da Ilha Grande e a promoção de uma roda de capoeira.

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