Pastor foi multado por desmatamento
Religioso, suspeito de ajudar traficante, devastou área de Mata Atlântica
O pastor Marcos Pereira da Silva, da Assembléia de Deus dos Últimos Dias, que responde a inquérito por favorecimento pessoal (suspeito de ter ajudado o traficante Alberico de Azevedo Medeiros, o Derico), também é acusado de desmatar uma área de preservação ambiental, em Nova Iguaçu. Em abril deste ano, o Ibama aplicou uma multa de R$150 mil porque foi devastada uma área de Mata Atlântica dentro da Fazenda da Vida Renovada, dirigida pelo evangélico.
A fazenda tem quatro alqueires, sendo que a metade deles fica na Reserva Biológica do Tinguá, regulamentada pela lei 9.985 de 2000. Segundo o chefe da Reserva Biológica do Tinguá, o engenheiro agrônomo Luís Henrique dos Santos Teixeira, acima da cota cem (cem metros de altura), não pode haver edificações nem desmatamento.
Teixeira informou que o laudo técnico do Ibama diz que parte de um morro de 120 metros de altura, dentro da fazenda, foi devastada, um desrespeito aos limites impostos pela legislação ambiental.
Além disso, apesar de o terreno já estar um pouco degradado, o pastor não podia mexer no local, pois aquela área estava se regenerando. Logo que adquiriu a propriedade, ele pôs tratores para rebaixar o morro contou o engenheiro agrônomo.
De acordo com Teixeira, inicialmente o pastor lhe disse que pretendia construir no lugar um heliporto porque recebia muitas autoridades, dando o exemplo da governadora Rosinha Matheus.
O pastor não pagou a multa do Ibama e recorreu. Em sua defesa, ele alegou que a igreja quer construir um centro de recuperação na fazenda e desconhecia que, ao preparar o terreno, estava desmatando uma área preservada.
Ao comprar uma área, há pessoas que imaginam que podem fazer tudo do portão para dentro. A área de reserva é protegida pela lei disse Teixeira.
O Globo, 28/08/2004, p. 24
UC:Reserva Biológica
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