Pesquisa no entorno da Esec Carijós resulta em adequação de postos às leis ambientais

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 02/07/2009
Pesquisa realizada pelo Instituto Federal de Santa Catarina (IF-SC) entre 2007 e 2009 resultou na adequação de quase 20 postos de combustíveis de Florianópolis às normas sobre o destino adequado dos efluentes. A região escolhida para a pesquisa fica no entorno da Estação Ecológica (Esec) de Carijós, uma unidade de conservação no Norte da Ilha gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O estudo foi feito com 20 postos localizados na Bacia do Rio Ratones, no Norte da Ilha de Santa Catarina, por meio de um acordo de cooperação com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A principal preocupação era com a possibilidade de despejo, pelos postos, de poluentes como óleo automotivo, solventes e detergentes na água e no solo, que poderia afetar a Esec Carijós. Foram encontrados níveis de toxicidade até 64 vezes acima do permitido nas amostras de água colhidas perto dos sistemas de tratamento dos efluentes dos postos.

\"Essas substâncias não são biodegradáveis e em algum momento vão entrar em contato com os organismos da Estação. E existem estudos que mostram que eles podem ser carcinogênicos podem causar câncer, tanto no homem quanto em animais\", explica a professora do curso técnico em Meio Ambiente do Campus Florianópolis e coordenadora da pesquisa, Débora Monteiro Brentano.

Durante a primeira etapa da pesquisa, em janeiro de 2007, os pesquisadores, além da professora, participaram mais quatro alunos do IF-SC que receberam bolsas do Ministério do Meio Ambiente encontraram níveis de toxicidade até 16 vezes acima do permitido nas amostras de água colhidas. Dos 18 postos analisados, em 12 o sistema de tratamento dos efluentes (principalmente óleo automotivo vindo das lavações, pista de abastecimento e pista de troca de óleo) estava fora dos padrões exigidos por lei, e um sequer tinha licença para funcionar. Os dados foram repassados ao Ibama, que notificou os postos dando prazo de 30 dias para adequação.

A segunda coleta de amostras ocorreu em abril de 2007 e mostrou uma situação um pouco melhor, mas ainda preocupante: dos 18 postos, nove não adequaram os sistemas de tratamento de efluentes e um não possuía o sistema. O nível de toxicidade encontrado estava 64 vezes acima do permitido em um dos casos. Os postos que não se adequaram foram multados e proibidos de funcionar pelo Ibama até que se adequassem.

A terceira e última coleta, em março de 2009, mostrou que a ação deu certo. Foram analisados 20 postos, entre os quais quatro que não participaram das primeiras etapas, e apenas um não estava adequado à legislação, o estabelecimento não havia participado das duas etapas anteriores da pesquisa. \"Foi um trabalho de pesquisa associado ao órgão fiscalizador que deu um resultado muito bom\", resume a professora Débora Brentano.

De acordo a professora, a cooperação entre instituições de educação e outras instituições gera retorno à comunidade e, neste caso, ao meio ambiente. "A instituição de ensino que não fica encerrada em si mesma permite cumprir com seu verdadeiro papel, que é colocar o conhecimento a serviço da sociedade", conclui.
UC:Estação Ecológica

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