Pesquisas no Pantanal contribuem para monitoramento ambiental e formação de novos cientistas

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 17/08/2009
Trabalhos de pesquisa realizados por especialistas das universidades Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e Federal de Mato Grosso (UFMT) no Parque Nacional do Pantanal Matogrossense estão gerando tecnologias de monitoramento ambiental e formação de novos cientistas por meio de três dissertações de tese de doutorado, três de mestrado e cinco de iniciação científica.

O projeto para a primeira etapa de campo dentro da área do Parna do Pantanal foi realizado em duas campanhas. As atividades ocorreram entre os dias 19 e 23 de janeiro e 27 e 31 de julho. Estão previstas ainda mais duas etapas até o fim do ano.

Os resultados do Projeto de Pesquisas sobre Biomarcadores de Poluentes em Peixes do Pantanal, coordenado por Jayme Cunha Bastos da UERJ, estão disponíveis para avaliação da importância e incentivo da integração das UCs, com grupos de pesquisas nacionais e internacionais.

Foram coletados exemplares de peixes de diferentes hábitos alimentares, frugívoros pacus, iliófagos curimbatás e carnívoros dourados,cacharas e pintados (surubins), dos quais foram retirados fígado, coração, rins, cérebro e obtido soro para análises bioquímicas.

Os ensaios das atividades de enzimas que catalisam reações de desintoxicação e de enzimas que são alvos de pesticidas são importantes para estabelecer métodos capazes de monitorar os efeitos subletais que resíduos de defensivos agrícolas possam ter sobre a ictiofauna da bacia pantaneira.

As atividades de campo no Parna Pantanal são as únicas que permitem obter peixes que, ainda protegidos, tenham níveis das enzimas do metabolismo de drogas em níveis considerados normais para as espécies. Comparar os níveis das enzimas destes peixes com os colhidos de áreas já impactadas pela atividade humana tornará possível estabelecer estratégias futuras para monitorar a poluição das águas do Pantanal de forma preventiva.

Foram dispostos apenas os resultados iniciais, que necessitam verificação com mais ensaios em um número maior de exemplares. Os níveis de atividade de carboxilesterase devem ser maiores no plasma dos peixes do que os de atividade da butirilcolinesterase e da acetilcolinesterase. Os pacus, por terem apresentado os maiores níveis da carboxilesterase, devem captar em seus plasmas, de modo defensivo, mais moléculas de organofosforados tóxicos que os exemplares das demais espécies estudadas.

Os pacus também apresentaram os maiores níveis de catalase, que somente atua decompondo o peróxido de hidrogênio quando este atinge níveis elevados no fígado. Os curimbatás, dourados e pacus mostraram em seus fígados o triplo da capacidade que as cacharas e os pintados têm de se desintoxicar do 4-hidroxinonenal derivado da peroxidação de ácidos graxos. As cacharas, pintados e dourados, parecem possuir níveis elevados de destruição de baixas concentrações do peróxido de hidrogênio tóxico gerado por variações extremas dos níveis de oxigênio dissolvido.

Os pintados mostraram os maiores níveis de atividade de EROD, que representa a capacidade para mono-oxigenação de poluentes. Os resultados finais do projeto serão apresentados até janeiro de 2011.

As instituições executoras para esse projeto foram Departamento de Bioquímica do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes (IBRAG) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Departamento de Ciências Básicas e Produção Animal da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAMEV) da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e Parna do Pantanal Mato-Grossense do ICMBio.
UC:Parque

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