Transferência de peixe-boi marinho resgatado

ICMBio - http://www.icmbio.gov.br/ - 25/05/2015
Assú permanecerá em um cativeiro em ambiente natural no rio Tatuamunha (AL)


O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA), vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), realizou no início deste mês a transferência de um peixe-boi marinho da Praia do Forte, na Bahia, até Porto de Pedras, em Alagoas.

O peixe-boi, batizado de Assú, havia sido resgatado na praia de Gamboa do Morro (BA) em fevereiro deste ano. Assú estava debilitado devido a ingestão de lixo e óleo de embarcações e passou aproximadamente dois meses em reabilitação na sede do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas, também vinculado ao ICMBio, na Praia do Forte (BA)

Coordenada pelo CMA, a transferência de Assú foi realizada por via terrestre com a utilização de um veículo tipo van, auxiliado por duas caminhonetes. A operação durou cerca de 10 horas, um dos mais longos transportes de peixe-boi adulto já feitos no Brasil.

Durante todo o percurso, o animal teve sua temperatura, frequência cardíaca e comportamento monitorados por uma equipe composta por veterinários, biólogos e tratadores. Segundo o veterinário do Programa Peixe-boi, Augusto Bôaviagem, responsável pelo acompanhamento de Assú, o peixe-boi se comportou bem durante o trajeto, não apresentando necessidade de intervenção clínica.

"O transporte foi um sucesso. A utilização da van proporcionou maior conforto tanto para o animal quanto para a equipe", avalia a coordenadora substituta do CMA, Fernanda Attademo.

A operação de transferência foi realizada de forma conjunta entre o CMA, a Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais e Tamar, contando com apoio logístico da Unidade Avançada de Administração Financeira (UAAF) Arembepe. A Fundação Toyota do Brasil e a Fundação SOS Mata Atlântica apoiaram a atividade por meio do Projeto Toyota APA Costa dos Corais.

A partir de agora, Assú permanecerá em um cativeiro em ambiente natural no rio Tatuamunha, mantido pela APA Costa dos Corais em Porto de Pedras (AL), onde terá uma melhor qualidade de vida. Além disso, segundo o CMA, os custos de manutenção serão menores do que se ele fosse mantido em oceanários.

Conhecendo a história do peixe-boi Assú

Assú foi resgatado recém-nascido, em fevereiro de 2000, em Retiro Grande, município de Aracati (CE), pesando 40,5 kg e medindo 140 cm de comprimento. A operação foi feita pela equipe da ONG Aquasis, que transferiu o animal para o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA/ICMBio), sediado na Ilha de Itamaracá (PE).

O peixe-boi foi reintroduzido pela primeira vez na Praia do Patacho (AL), em 2003, sendo acompanhado por telemetria satelital até fevereiro de 2004, quando foi resgatado na Praia do Forte (BA), após percorrer 500 km e perder 65 kg. Após nove meses de reabilitação, realizou-se uma segunda tentativa de reintrodução ao ambiente natural.

No entanto, dois meses após essa soltura o animal foi encontrado sem os equipamentos de radiotelemetria, numa área de risco na Baía de Todos os Santos, em Salvador (BA), sendo novamente resgatado e transferido para a Unidade de Reabilitação do CMA/ICMBio, em Pernambuco.

Após mudanças no protocolo de soltura, o CMA construiu um cativeiro de adaptação em ambiente natural, localizado em Porto de Pedras (AL). A ideia é manter o animal por um período de 3 a 12 meses em condições semelhantes às que serão vivenciadas após a soltura.

Em 2013, Assú foi transferido para Porto de Pedras e solto no mês de setembro, apresentando bons deslocamentos.

Durante o período de monitoramento por satélite, Assú utilizou áreas de manguezal nos municípios de Tamandaré e Sirinhaém, em Pernambuco, e depois passou a explorar outras áreas nos estados de Sergipe e Bahia, onde foi recentemente resgatado.



http://www.icmbio.gov.br/portal/comunicacao/noticias/4-destaques/6819-icmbio-realiza-transferencia-de-peixe-boi-marinho-resgatado.html
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