A Universidade Federal do Pará (UFPA) promoveu, pela primeira vez, na Reserva Biológica de Tapirapé (Rebiota), o Curso de Campo em Ecologia Aquática, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), com a participação de 12 alunos de Mestrado do Programa de Pós-graduação em Ecologia Aquática e Pesca da UFPA. A reserva fica localizada no mosaico de Carajás, sudeste do Pará, e abrange os municípios de Parauapebas, Marabá, São Félix do Xingu, Canaã dos Carajás e Água Azul do Norte.
O curso de campo contou com o apoio do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), o maior em conservação e uso sustentável de florestas tropicais do planeta, do Ministério do Meio Ambiente, que custeou alimentação da turma; o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia brasileira, também vinculada ao MMA, que disponibilizou combustível, infraestrutura e a base do Bacaba; enquanto a Vale, através da Diretoria de Ferro, ofereceu o transporte para deslocamento e a cessão de agentes florestais para guiar o grupo no local.
O curso começou no mês de junho e foi encerrado no dia 1 de julho, sob a coordenação do professor doutor Tommaso Giarrizzo. Durante o curso, o grupo de mestrandos diagnosticou seis espécies de peixes como novas para a ciência, do total de 120 coletadas na Rebiota e seu entorno.
Novas espécies - Dentre as novas espécies estão três piabas com tamanho inferior a cinco centímetros que vivem em igarapés. Já nos rios foi registrada uma nova espécie chamada de "cacunda" ou "piaba corcunda", que apresenta tamanho aproximado de 15 centímetros e vive nos locais de remanso do rio Tapirapé. Foi encontrada ainda uma espécie nova de piranha, também coletada no rio Tapirapé, e um Pacu de corredeira, que habita o rio Itacaiúnas, que estão sendo descritas pela equipe de pesquisadores do Grupo de Ecologia Aquática da UFPA.
Formação - O curso de campo, aliás, teve duração de 30 dias e ocorreu em três módulos, sendo o primeiro, de conhecimento teórico; o segundo, de atividade de campo, mais o terceiro, de análise de laboratório. O professor Tommaso explica que o curso ajuda na formação do profissional da Amazônia, que passa a ter a experiência prática da biodiversidade com a qual passará a lidar no exercício diário da profissão. Segundo ele, o curso proporcionou conhecimento com enfoque na flora e fauna de ambientes aquáticos e suas interações com o ambiente.
Para o curso de campo, os estudantes precisaram se deslocar de Belém até as margens do rio Itacaiúnas. De lá, seguiram para a Reserva Biológica (Rebio) em cinco voadeiras, em viagem que durou uma hora e meia, até a base de apoio do Bacaba, situada no coração da Rebiota. Os alunos realizaram atividades de pesquisa com peixes, biomarcadores, plâncton, insetos aquáticos e quelônios.
Como não existe nenhuma publicação sobre qualquer grupo biológico presente na Rebio, a partir deste curso será gerado um artigo científico sobre o levantamento de peixes encontrados nos corpos hídricos da reserva, assim como cinco resumos de congresso sobre os outros organismos estudados durante a estada do grupo na área.
http://www.diarioonline.com.br/noticia-156185-identificadas-novas-especies-de-peixes-no-para.html
UC:Reserva Biológica
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