A Promotoria de Justiça de Mato Grosso tem indícios de que está vivo o homem que denunciou o esquema ilegal de extração de madeira no Parque Nacional do Xingu, em 2007. João José Evangelista fez parte do programa federal de proteção a testemunhas, mas desde 2010 está desaparecido.
Ele foi testemunha-chave na operação Mapinguari desencadeada há seis anos em Mato Grosso e outros quatro estados. O depoimento dele ajudou a Polícia Federal a desvendar o esquema de retirada ilegal de madeira. De acordo com o depoimento de João, que na época era motorista de um dos investigados, por mês, eram retirados até 150 carretas com toras da unidade de conservação.
Ainda em 2007, João entrou no programa de proteção à testemunha. Mas segundo a família dele, o rapaz está desaparecido há anos. "Ele saiu do serviço de proteção sem comunicar com ninguém. Na minha cabeça não tenho como encontrá-lo vivo", afirmou a mãe do desaparecido, Maria Evangelista de Oliveira, em entrevista à TV Centro América em 2011.
O promotor de Justiça que coordena o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Mato Grosso, Marco Aurélio de Castro, confirmou que João esteve no programa de proteção à testemunha até 14 de outubro de 2010, quando teria pedido a exclusão da proteção. "Segundo consta na prova documental essa pessoa pediu exclusão e aí em tese seguiu sua vida em certa normalidade", explicou.
Há indícios documentais, segundo o promotor, que podem apontar o paradeiro de João José Evangelista de Oliveira. Essas informações já estão sendo apuradas pelo Ministério Público. "Os indícios documentais são de que ele estaria vivo e nós vamos repassar isso para a Secretaria de Segurança Pública através de um delegado designado", disse o promotor.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do estado afirmou que indicou um delegado da Polícia Civil para apurar o desaparecimento de João Evangelista. A investigação será feita em parceria com o Gaeco, que já está no caso.
Operação Mapinguari
Madeireiros, servidores públicos, engenheiros florestais e indígenas foram presos em 2007 durante a operação Mapinguari pela suspeita de ter extraído o equivalente R$ 28,16 milhões com a retirada de aproximadamente 2 mil cargas em toras de uma área de 8,5 mil hectares.
Divididos em quatro aldeias, e totalizando 140 habitantes, os índios da etnia Trumai foram apontados como apoiadores do esquema criminoso à época. Eles vivem no parque com outras 13 etnias. Juntos, eles somam cerca de 4 mil indígenas que foram para o local em 1962.
http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2013/05/testemunha-de-retirada-ilegal-de-toras-em-mt-pode-estar-viva-diz-gaeco.html
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