Governo combate a exploração ilegal de madeira e outros crimes no Marajó

Agência Pará de Notícias - http://www.agenciapara.com.br/ - 03/12/2013
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) estima que cerca de 15 mil toras de madeira deixarão de ser cortadas, em 2014, com a suspensão da atividade de retirada ilegal de madeira na área do Parque Estadual do Charapucu, no município de Afuá, região do Marajó. Nove termos circunstanciados de ocorrência foram lavrados, além de um flagrante e de um inquérito de crime ambiental e posse ilegal de arma de fogo, durante a operação de fiscalização ambiental que começou em novembro e terminou no início deste mês.

No combate à retirada ilegal de madeira no parque, foram interditadas onze serrarias, nove no interior da unidade de conservação e duas no seu entorno. Os maquinários das serrarias foram apreendidos, para impossibilitar a continuidade da atividade ilegal ao longo dos rios Preto e Ipixuna, principais rios da região. Uma prisão foi feita e um foragido da justiça, temido pela população local, foi flagrado em casa.

Dois filhotes de onça foram encontrados em casas de ribeirinhos e resgatados. Os animais receberam tratamento médico veterinário e foram encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Macapá. Equipes do Grupamento Fluvial de Segurança Pública (Gflu), da Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema), da Polícia Civil, e do Batalhão de Polícia Ambiental, da Polícia Militar, participaram da operação no Parque Estadual do Charapucu, em apoio à Sema, coordenadora das ações de fiscalização.

Crianças - A Diretoria de Atendimento a Grupos Vulneráveis e a Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data), ambas da Polícia Civil, e o Programa Pro Paz também fizeram fiscalização, a fim de reforçar o enfrentamento a crimes sexuais contra crianças e adolescentes na região marajoara. No município de Anajás, próximo ao parque, as equipes fizeram dois termos circunstanciados de ocorrência e um inquérito, com pedido de prisão preventiva, que foi cumprido, com o apoio de policiais do Grupamento Fluvial.

"No Marajó é comum verificarmos a presença de outros crimes relacionados com os crimes contra o meio ambiente. Trabalho infantil e trabalho análogo à escravidão são situações frequentemente identificadas nas atividades de serraria da região. O combate ao uso irregular dos recursos naturais deve ser feito de forma relacionada a outros crimes", afirma o gerente do Parque Estadual e coordenador da operação, Julio Meyer.

O delegado Dilermando Dantas Júnior, diretor do Grupamento Fluvial, disse que as equipes estão fazendo várias operações no arquipélago do Marajó, em conjunto com os órgãos parceiros. "Operações como esta são importantes para o reforço da segurança nas comunidades ribeirinhas do Marajó. Há três anos, a Sema vem fazendo um trabalho técnico, educativo e de conscientização na unidade de conservação, em conjunto com as famílias que moram dentro do parque e no entorno", informou.

Uma audiência pública na Câmara Municipal de Afuá ocorreu no fim de novembro, para esclarecer os procedimentos adotados ao longo da operação, garantindo a transparência das ações no Charapucu. Estiveram presentes vereadores, representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, prefeitura, Dema, Sema e moradores da região do Parque Estadual.



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