Conhecer a dinâmica e a variedade de espécies de peixes (ictiofauna), em especial dos peixes migratórios, e o uso de recursos pesqueiros pelas comunidades tradicionais e comunidades locais na bacia hidrográfica do Tapajós, nos arredores do Parque Nacional do Juruena (MT-AM), são os objetivos do estudo que está sendo iniciado pela Iniciativa Amazônia Viva, WWF Brasil e pesquisadores da Mapsmut, instituição parceira neste trabalho.
O levantamento em campo se estenderá por doze dias, de 12 a 24 de maio. O tema da ictiofauna será abordado especificamente no rio Juruena. Nas imediações do Salto Augusto, uma belíssima queda d'água cuja necessidade de proteção motivou a criação do Parque Nacional (Parna) do Juruena, em 2006, serão estudados peixes da espécie matrinxã, entre outros.
De acordo com Ayslaner Gallo, um dos coordenadores da expedição, será feito o registro eletrônico de peixes de maior porte para posterior monitoramento à distância. "Com essas informações em mãos, seremos capazes de voltar a esta região e ter uma ideia do que aconteceu com esses animais, ver onde eles estão, como se desenvolveram, entre outros aspectos do comportamento", explicou Ayslaner.
As pesquisas relativas à atividade pesqueira, por sua vez, serão feitas por meio de questionário a ser aplicado nas comunidades da região, como a Barra de São Manoel e Colares; e em famílias ribeirinhas que vivem às margens dos rios Juruena e Teles Pires.
O questionário vai levantar quais são os peixes mais pescados, com que frequência é feita a pesca e quem são os pescadores. Posteriormente, os dados serão tabulados e vão mostrar a realidade da atividade pesqueira naquelas imediações.
"Este primeiro estudo visa compreender melhor a dinâmica das espécies migratórias e a dimensão social e econômica das comunidades em relação ao ambiente e aos recursos disponíveis. A bacia do Tapajós é a próxima "fronteira" indicada pelo governo para construção da hidroelétricas na Amazônia. A construção de barragens altera toda a dinâmica ecológica, social e econômica de uma região e, portanto, é fundamental conhecê-la", afirma Claudio Maretti, líder da Iniciativa Amazônia Viva.
"Podemos considerar que a construção de barragens representa para os rios um impacto similar ao que o desmatamento representa para as florestas - pois ambos são conversão dos ecossistemas naturais em zonas muito alteradas. Apesar do interesse nacional na produção de energia limpa, as comunidades locais e povos indígenas têm direito de opinar sobre o impacto em suas áreas e a sociedade deve ser informada e discutir benefícios e impactos esperados", complementa Maretti.
Juruena
A atuação do WWF nas proximidades do rio Juruena teve início em 2004, quando foram propostas áreas de proteção e depois feitos os primeiros estudos científicos que iriam subsidiar a criação de um conjunto de áreas protegidas naquela região - destacando-se o Mosaico de Apuí, em 2005, e o Parque Nacional do Juruena, que foi criado no ano seguinte.
Desde então, o WWF apoia o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na implementação deste Parque Nacional. Entre outras atividades, estão a proposta do plano de manejo e o apoio à realização das reuniões do conselho consultivo do Parque, a concepção e implementação do Mosaico da Amazônia Meridional (MAM) e a promoção de ações de divulgação. Além disso, o WWF trabalha com comunidades locais e outros atores sociais em busca de alternativas econômicas mais adequadas aos ecossistemas e aos interesses das comunidades locais.
Desde 2006, o WWF já promoveu cinco expedições ao Parque Nacional Juruena e duas ao seu entorno, na área conhecida como Amazônia Meridional, para subsidiar estudos sobre geografia e biodiversidade.
Em 2013, o WWF doou uma base flutuante ao Parque Nacional do Juruena, além de apoiar a realização de oficinas com comunidades para a promoção do turismo de base comunitária e para o fortalecimento da cadeia produtiva da castanha.
http://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?39802/WWF-vai-estudar-os-peixes-do-rio-Juruena
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