O Brasil é um dos líderes mundiais em áreas protegidas: cerca de 20% do território, em diferentes categorias de proteção. Para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pelas UCs federais, a gestão dessas Unidades é estratégica e fundamental para a conservação de diferentes biomas e ecossistemas.
É tarefa do ICMBio proteger a rica biodiversidade brasileira de possíveis impactos ambientais, em áreas protegidas federais. Desmatamento, incêndios, caça e pesca ilegais, são algumas das ameaças mais comuns.
Desafios na gestão
Administrar uma Unidade de Conservação (UC) é um desafio diário para os gestores das 320 UCs federais, em todo o Brasil. Tanto que as iniciativas bem sucedidas, tornam-se referência para outras áreas protegidas que enfrentem desafios semelhantes.
A troca de experiências contribui para aumentar a eficiência na gestão ambiental de grandes territórios. O ICMBio enfrenta o desafio de qualificar a gestão do conhecimento, como estratégia para aprimorar o processo de implementação das áreas protegidas sob sua administração.
"Nosso desafio é fazer com que a inovação seja parte do espírito da instituição, fortalecendo a nossa capacidade de resposta, com criatividade e eficiência, aos desafios e oportunidades que surgem a cada dia", afirmou o diretor de Ações Socioambientais do ICMBio (Disat/ICMBio), João Arnaldo Novaes.
Práticas inovadoras
Em parceria com o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e com o apoio da Agência Alemã de Cooperação Técnica (GIZ), foi criado um grupo de trabalho formado por pesquisadores e especialistas em gestão de áreas protegidas para analisar e discutir a eficácia das iniciativas inovadoras adotadas por gestores de UCs. De 2012 a 2014, o grupo analisou e selecionou mais de 100 iniciativas.
Para estimular a busca por inovações e promover a troca de experiências entre as Unidades, em 2014 foi realizado na sede do ICMBio, em Brasília, o Seminário de Práticas Inovadoras na Gestão de Unidades de Conservação.
Na ocasião, essas iniciativas foram apresentadas entre os gestores e posteriormente publicadas e compartilhadas em uma plataforma online (http://www.icmbio.gov.br/praticasinovadoras/praticas-inovadoras.html) e em uma revista impressa bilíngue sobre Práticas Inovadoras na Gestão de Áreas Protegidas.
Projeto Aliança das Águas
Para sensibilizar a comunidade local e reafirmar a importância da conservação, o Parque Nacional da Serra das Lontras, localizado em Ilhéus (BA), lançou o projeto "Aliança das Águas".
Levantamentos científicos conduzidos pelo ICMBio em parceria com a Universidade de Santa Cruz (UESC) e Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia (IESB), comprovou-se a influência do Parque Nacional na qualidade e quantidade da água consumida pela comunidade local.
Segundo o chefe do Parque Nacional da Serra das Lontras, Bruno Pereira, o trabalho desenvolvido também gerou produtos importantes, tais como o banco de dados de recursos hídricos, um mapa detalhado de uso do solo, e materiais de divulgação como folders e cartilhas sobre o Parque.
"Uma boa iniciativa que possa ser replicada em outras unidades que possuem o mesmo problema deve ser amplamente divulgada e disponibilizada para o maior número de servidores", concluiu Bruno Pereira.
A bacia hidrográfica do Rio Aliança foi analisada tanto pelo meio acadêmico - técnicos e pesquisadores - quanto pela população local, e estudados seus mananciais, além da cobertura do solo e uso como é feito o uso da terra. Por meio de oficinas, os moradores do entorno identificaram atitudes e cuidados que se deve ter com a água e perceberam o papel do Parque na conservação desse recurso.
''O projeto deu um recado claro sobre a contribuição do Parque para o fornecimento de água aos municípios da região, colaborando no sentido de tornar a UC um patrimônio a ser reconhecido e valorizado pela sociedade", afirmou Pereira.
O projeto, financiado pela Fundação Boticário e a Conservação Internacional (CI), procurou entender a real contribuição da Unidade no fornecimento de água para a região. Ao mesmo tempo, buscou compreender as percepções dos moradores do entorno da UC sobre a importância, formas de uso e problemas ambientais relacionados à água.
Todo esse processo fez com que a população se aproximasse do Parque, além de ter ajudado a identificar lideranças nas comunidades e dado início à mobilização para a criação do Conselho Consultivo da Unidade. A UC deixou de ser considerava um entrave ao desenvolvimento local. Com mais informações, a comunidade reconhece a importância da área protegida.
Sobre o Parque Nacional da Serra das Lontras:http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/unidades-de-conservacao/biomas-brasileiros/mata-atlantica/unidades-de-conservacao-mata-atlantica/2209-parna-da-serra-das-lontras.html
http://www.icmbio.gov.br/portal/comunicacao/noticias/4-destaques/6744-praticas-inovadoras-promovem-mudancas-em-areas-protegidas.html
UC:Geral
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