Reserva recupera mata e investe em educação

ICMBio - http://www.icmbio.gov.br/ - 14/09/2015
Área está em processo de recomposição da Mata Atlântica


Esta é uma publicação da série de reportagens sobre unidades de conservação (UC) administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A ideia é mostrar a importância das unidades e como elas são geridas em suas várias frentes.

Hoje, vamos enfocar a Reserva Biológica União, localizada no estado do Rio de Janeiro, que vem promovendo a erradicação de uma espécie exótica: o eucalipto Corymbia citriodora, introduzido numa área de 220 hectares quando o terreno pertencia à Rede Ferroviária Federal e se chamava Fazenda União.

Inicialmente, o eucalipto tinha como objetivo a produção de lenha, que era queimada nas antigas locomotivas movidas a vapor. Depois, quando as locomotivas passaram a usar óleo como combustível, o eucalipto passou a servir para a produção de dormentes das estradas de ferro.

Considerada importante, inclusive constando no decreto que criou a Rebio em 1998, a atividade de erradicação dos eucaliptos vem ocorrendo desde setembro de 2012, quando a empresa RRX Mineiração e Serviços Ltda venceu um leilão público e firmou contrato com o ICMBio para a retirada dessa espécie exótica do interior da unidade de conservação.

Avanços

De lá para cá, já se pode comemorar alguns avanços. A área está em franco processo de recomposição da Mata Atlântica, vegetação original. O investimento que garante as várias ações é feito por meio de vários projetos.

"Estão sendo investidos mais de R$ 6 milhões, advindos de parceiros como a Casa da Moeda do Brasil, em uma iniciativa voluntária, bem como via Furnas e Petrobras por força do cumprimento da legislação ambiental. O ICMBio não tem gasto um só centavo", comenta o chefe da Rebio União, Whitson José da Costa Junior.

Parte dos recursos entram por meio do projeto "Restauração Florestal com espécies nativas de Mata Atlântica em áreas degradadas da Reserva Biológica União (Rebio União) e Neutralização das Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) da CMB", da Casa da Moeda do Brasil.

Pelo projeto, a Casa da Moeda está plantando 205 mil mudas de árvores nativas em 130 hectares de área anteriormente ocupada por eucaliptos, objetivando compensar suas emissões de gases de efeito estufa.

A Reserva Biológica União foi procurada pela CMB para desenvolver o projeto devido à ocorrência na unidade de conservação do mico-leão-dourado, espécie de primata ameaçado de extinção e endêmico da região. O animal, aliás, motivou a criação da unidade e que está retratado na cédula brasileira de R$ 20.

Outra empresa que está apoiando a recomposição da Mata Atlântica nas áreas de erradicação da espécie exótica é Furnas, por meio do projeto "Restauração Florestal com espécies nativas de Mata Atlântica em áreas antropizadas da Reserva Biológica União".

O projeto atende à condicionante da Licença de Operação no 1.116/12, do Ibama, referente a linhas de transmissão LT 138 KV Anta - Simplício - Rocha Leão. A área que está sendo recomposta por esse projeto corresponde a 34 hetares.

A Petrobras, por meio do Projeto Executivo de Reposição Florestal, também participa do processo de recomposição da Mata Atlântica na Rebio em área onde erradicou-se o eucalipto, em cumprimento à condicionante da Autorização de Supressão de Vegetação - ASV no 953/14 - Ibanma, referente à implantação do gasoduto Rota Cabiúnas. Esse projeto abrange 13,8 hectares.

Educação ambiental

Paralelamente a isso, a reserva vem desenvolvendo projeto de educação ambiental, voltado prioritariamente para as populações residentes nos municípios de Macaé, Rio das Ostras e Casimiro de Abreu (RJ). "Dotamos a unidade de conservação com a infraestrutura necessária para tal atividade, como Centro de Vivências, Sala de Exposições e Trilha Interpretativa", explica o chefe Whitson Junior.

Durante as visitas, estudantes podem conhecer de perto o bioma Mata Atlântica, sua riqueza de vidas e os serviços ambientais que ele proporciona. "Recentemente adaptamos a trilha interpretativa para as pessoas com necessidades especiais, constituindo uma das poucas trilhas em unidade de conservação voltadas para esse público", celebra Whitson.

Além da acessibilidade, a equipe de gestão da Rebio deu à trilha uma interpretação dos elementos naturais por meio dos órgãos dos sentidos. "Com isso pessoas com alguma deficiência, seja visual, auditiva, motora ou intelectual recebem a mensagem sobre o meio ambiente que estão conhecendo por meio dos órgãos dos sentidos", destaca o chefe da Rebio União. A trilha adaptada poderá também ser usada por visitantes, deficientes físicos, por ocasião dos jogos paraolímpicos de 2016 na cidade do Rio de Janeiro, frisou.

A Trilha Interpretativa Inclusiva do Pilão, como é chamada a trilha adaptada da Rebio União, foi motivada depois que o Instituto Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000, pela primeira vez estimou o número de pessoas com deficiência no Brasil, cujo índice era de 14,5% da população.

Em 2010 esse índice saltou para 24% da população brasileira. A execução do projeto de adaptação da trilha foi possível graças a recursos de compensação ambiental destinados à UC pela Câmara de Compensação Ambiental da Secretaria do Ambiente do estado do Rio de Janeiro (CCA-SEA/RJ). A unidade conta com um plano de manejo e todas estas atividades foram previstas no documento de gestão.

Proposta de ampliação

Está em curso uma proposta de ampliação da Rebio União, cujo processo se encontra tecnicamente concluído, tendo sido inclusive realizadas audiências publicas e recebido o "de acordo" de várias instituições conforme prevê a legislação. Com a ampliação, a área da Reserva passará dos atuais 2.548 ha para 8.600 ha, mais que triplicando, numa região de Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro, habitat do mico-leão-dourado, espécie símbolo da conservação da natureza de nosso país.



http://www.icmbio.gov.br/portal/comunicacao/noticias/4-destaques/6988-reserva-recupera-mata-e-investe-em-educacao.html
Mata Atlântica:Conservação e Manejo

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