Fogo destruiu 20% do Parque Nacional do Viruá, região de Caracaraí.
Equipe com 70 brigadistas e bombeiros atuam no combate às chamas.
Quatro unidades de conservação administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estão ameaçadas por incêndios florestais devido
a mais intensa estiagem que atinge Roraima. Até esta sexta-feira (11), as chamas já haviam destruído 20% do Parque Nacional do Viruá, onde a situação é considerada mais crítica.
Além do Viruá, os incêndios atingem áreas da Estação Ecológica de Caracaraí, Floresta Nacional de Roraima e Floresta Nacional de Anauá, na região Sul do estado. Desde o início do ano estão suspensas as queimadas no estado.
O produtor que fizer queimada está sujeito a pagar multa que pode chegar a R$ 5 mil por hectare.
Combate ao incêndio
Para combater as chamas e preservar as florestas nas unidades, o ICMBio, com o apoio do Ibama e Defesa Civil, montou uma base com equipes que atuam no controle do incêndio. Os 70 brigadistas e bombeiros contam com dois aviões-tanque e dois helicópteros e caminhonetes. O grupo foi enviado ao local no dia 27 de fevereiro.
De acordo com o coordenador de emergências ambientais do ICMBio, Christian Berlinck, a maioria dos incêndios são ilegais, causados por produtores que usam deste mecanismo para limpar a roça ou até mesmo fazer o desmatamento.
"A principal causa é o fogo ilegal, usado para limpar roça ou para desmatamento. Como o clima está muito seco, o fogo sai do controle e vira um incêndio de grande proporção", explica.
Apesar da gravidade, o ICMBio enfatiza que os brigadistas estão conseguindo manter o fogo sob controle no Viruá. Mas, o incêndio só deve ser completamente extinto quando chover.
"O custo de uma operação destas é cerca de vinte vezes maior do que o gasto com as ações preventivas que fazemos ao longo do ano", lamenta a coordenadora regional substituta do ICMBio, Maressa Girão. "As pessoas precisam se conscientizar que não podem usar fogo durante a seca", frisa.
Crime ambiental
O coordenador de emergências ambientais orienta a população a não causar incêndio, pois as chamas podem atingir áreas de conservação, o que é considerado crime ambiental.
"O problema é ainda maior quando o fogo entra nas unidades de conservação. Especialmente quando atinge áreas de floresta. Os danos podem ser irreversíveis, com grande perda de fauna e flora. Quando isso acontece, é um crime ambiental e o autor do fogo pode ser preso e ter sua propriedade embargada" adverte Berlinck.
Parque Nacional do Viruá
O Parque Nacional do Viruá, de acordo com o ICMBio, tem 241 mil hectares de área. A área de conservação foi criada em 1998 com o objetivo de preservar o ecossistema de campinarana (vegetação sobre solos arenosos).
A lista de espécies de aves do parque e de seu entorno chega a 520 espécies, sendo o local onde há registros do maior número de espécies de aves observadas em um único dia no país (225 espécies).
Há ainda registros de cerca de 119 espécies de mamíferos no Parque, sendo duas espécies raras de morcego e nove espécies ameaçadas de extinção, entre elas: macaco-aranha, gato-maracajá, tamanduá-bandeira e a onça-pintada.
http://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2016/03/incendio-atinge-quatro-areas-de-conservacao-na-regiao-sul-de-roraima.html
Amazônia:Queimadas
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