A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (7) a 'Operação Knossos' na Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer). A ação investiga a empresa e os gestores por prática de crimes ambientais. Segundo a PF, as equipes cumprem mandados de buscas e apreensão em 34 endereços investigados.
A PF faz a busca e apreensão nas sedes da empresa investigada com o intuito de arrecadar documentos, relatórios de inconformidades e problemas operacionais, comunicação de ocorrências relacionadas aos despejos, além de pedido de providências que teriam sido "engavetados". Os documentos devem provar a omissão de providências para sanar os problemas.
De acordo com a PF, a Caer é investigada por despejo de esgoto não tratado ou insuficientemente tratado nas águas do Rio Branco e seus afluentes, com contaminação da flora local, na Floresta Nacional de Roraima e na fauna que deveria ser protegida. Há ainda indícios de má qualidade da água que é servida à população de Boa Vista.
Investigação e coletas
Durante o anos de 2015 e 2016 nas diligências realizadas, a PF flagrou despejos de resíduos sem tratamento nos rios. Os despejos teriam sido identificados nas estações elevatórias de esgoto da cidade e de tratamento de água, nesta última, o resíduo seria do descarte irregular dos rejeitos do tratamento de água.
Em uma das coletas no Rio Branco, realizada em 2015, a análise laboratorial revelou uma quantidade de coliformes fecais cerca de duas vezes maior o valor máximo tolerado pela legislação ambiental, o que torna a água nos pontos coletados imprópria para a uso.
"O problema é público e notório, sendo fato corriqueiro a publicação na imprensa local de notícias relacionadas aos despejos de esgoto no rio Branco e igarapés, que indignam a população do estado. O descaso para com o meio ambiente tem gerado a poluição dos rios e igarapés em ritmo acelerado", cita a PF em nota.
Os problemas, segundo as invetigações, podem causar sérios problemas de saúde na população.
Ainda de acordo com a PF, a Caer "tem uma longa tradição no descumprimento da legislação ambiental. Somente em multas administrativas realizadas por órgãos ambientais a empresa já foi autuada em mais de R$ 9,5 milhões".
Operação Knossos
O nome da operação remete a Knossos (1700 a. C.), sítio arqueológico europeu localizado na Grécia, onde é possível constatar a existência de um sistema organizado de canalização de água limpa e de esgotos no século XVIII a.C.
Conforme a Polícia Federal, a operação tem o objetivo de fazer a coleta de novas amostras de água e de esgoto com o intuito de enriquecer a materialidade dos crimes investigados, realizar perícias nas estações de água e esgoto da Caer, para verificar o cumprimento das normas técnicas e ambiental, além de fazer a busca e apreensão de domcuentos.
As provas coletadas pelas equipes serão analisadas. As amostras de água e esgoto serão periciadas em laboratório no município de Campinas no Estado de São Paulo. O inquérito será concluído após o resultado das análises, das perícias e dos interrogatórios dos responsáveis.
http://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2016/04/policia-federa-faz-operacao-de-combate-crime-ambiental-na-caer.html
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