O
Instituto Mamirauá e o
ICMBio se uniram para viabilizar a investigação da presença de sítios arqueológicos em unidades de conservação do Amazonas. Com um financiamento da
Fundação Moore, a proposta dos institutos é visitar áreas onde não há conhecimento sobre a história de ocupação das antigas sociedades indígenas.
O pesquisador do Instituto Mamirauá, Eduardo Kazuo Tamanaha, comentou que a iniciativa tem por objetivos conhecer a história arqueológica da região e apoiar o plano de gestão das áreas protegidas. "Tem um viés arqueológico, de conhecer a história do lugar, a cronologia, etc.. Mas também tem uma outra função, que é dar subsídio para o plano de gestão daquela unidade de conservação. Se forem encontrados sítios arqueológicos, sabendo disso, o que a gente faz? Poderia incentivar, dentro do plano de gestão dessas UCs, algum programa de arqueologia", explicou.
A equipe já visitou a
Estação Ecológica de Jutaí-Solimões (AM) e pretende realizar viagens para outras unidades de conservação, como a Estação Ecológica Juami-Japurá (AM), a Reserva Extrativista Baixo Juruá (AM) e Reserva Extrativista do Rio Jutaí (AM). Durante as visitas, os pesquisadores levantam informações sobre a história de ocupação da região e realizam entrevistas com moradores locais, tanto dentro quanto no entorno das unidades. Eles também buscam evidências arqueológicas, como a terra-preta de índio - solo rico em material orgânico associado à presença de antigas ocupações indígenas - e de fragmentos cerâmicos com potencial arqueológico.
"Do município de Tefé até Tabatinga, por exemplo, há um imenso 'vazio arqueológico'. Inicialmente, pretendemos ter uma mínima contextualização arqueológica da região. A partir dos dados, conseguimos escrever um projeto, captar recursos para isso ou disponibilizar para que alunos de mestrado ou doutorado trabalhem nessas regiões", conta o pesquisador.
Trabalho conjunto
A parceria entre o Instituto Mamirauá e o ICMBio não é recente. Desde 2014, as instituições trabalham juntas visando a atualização dos planos de gestão de áreas protegidas. O Instituto Mamirauá realizou, entre os anos de 2014 e 2015, expedições para inventariar as áreas de algumas unidades de conservação federais do Amazonas. Foram feitos levantamentos para pesquisas de sociodemografia com as populações que habitam a região, além de levantamento da biodiversidade de peixes, aves, primatas, quirópteros, répteis e anfíbios. As pesquisas ainda estão em andamento e a proposta é que a prospecção de sítios arqueológicos complemente o diagnóstico sobre essas áreas.
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Com informações do Instituto Mamirauá (artigo de Amanda Lelis)
http://www.wikiparques.org/arqueologia-em-unidades-de-conservacao-do-amazonas/
Arqueologia
Unidades de Conservação relacionadas
- UC Juami-Japurá
- UC Jutaí-Solimões
- UC Baixo Juruá
- UC Rio Jutaí
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