Mamíferos e répteis morrem após incêndio em parque nacional na Bahia
10/09/2018
Fogo destruiu área de 3 mil campos de futebol; local tem centenas de onças
Um incêndio que já dura 12 dias, no Parque Nacional do Boqueirão da Onça, no Norte da Bahia, consumiu 3.073,75 hectares de área preservada da Caatinga - equivalente a mais de 3 mil campos de futebol - e matou dezenas de animais, sobretudo mamíferos e répteis.
Segundo o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), responsável pela administração do parque, criado em abril deste ano para preservar os últimos remanescentes em área contínua do bioma Caatinga no Brasil, dentre os animais atingidos estão cotias, mocós (endêmico da Caatinga) e várias espécies de serpentes. Estima-se que no local haja pouco mais de 30 onças pintadas e cerca de 200 onças pardas.
Chefe do parque, a analista ambiental Camile Lugarini informou que uma parcela grande da vegetação arbustiva e arbórea da Caatinga foi queimada, mas o incêndio, segundo ela, está praticamente controlado. A expectativa é que até o final de semana ele seja totalmente debelado.
"Há alguns pontos em que o fogo tem reiniciado, por isso vamos ficar aqui ainda por mais uns dias. Mas a situação agora está bem melhor que antes, quando chegamos aqui", ela disse, informando em seguida que combatem o incêndio 77 brigadistas, 4 aviões Air Tractor e um helicóptero do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O Parque Nacional Boqueirão da Onça, com 851 mil hectares, é dividido em duas áreas: uma unidade de conservação permanente, de 345.378 hectares, e uma Área de Proteção Ambiental (APA), de 505.680 hectares. O parque abrange as cidades de Sento Sé, Campo Formoso, Sobradinho, Juazeiro e Umburanas.
A área atingida pelo fogo fica quase em sua integridade na região de Sento Sé, ao oeste do parque. "É uma área de serras, não pega a parte dos sítios arqueológicos que tem na região (cerca de 3 mil), mas traz muita preocupação com relação à fauna e à flora, sobretudo por causa das espécies endêmicas", acrescentou.
Durante as ações de combate aos focos de incêndio, realizadas por equipes de brigadistas das Bahia, Tocantins, Pernambuco, Rio de Janeiro e Distrito Federal, foram vistas fezes frescas de onças, um sinal de que o local do incêndio é de passagem desses animais, um dos motivos principais para a criação da área de preservação.
A flora nativa no parque apresenta grande diversidade - recentemente, 97 novas espécies foram catalogadas. As causas do incêndio ainda estão sendo investigadas pelo Ibama e ICMBio.
Outros parques nacionais da Bahia:
Floresta Nacional de Cristópolis
Bioma: Cerrado
Área: 12.840,69 hectares
Refúgio de Vida Silvestre das Veredas do Oeste Baiano
Bioma: Cerrado
Área: 128.048,99 hectares
Parque Nacional Grande Sertão Veredas (MG e BA)
Bioma: Cerrado
Área 83.264 hectares
Parque Nacional da Chapada Diamantina
Bioma: Caatinga
Área: 152.141,87 hectares
Floresta Nacional Contendas do Sincorá
Bioma: Caatinga
Área: 11.215,78 hectares
Refúgio de Vida Silvestre de Boa Nova
Bioma: Mata Atlântica
Área: 15.023,86 hectares
Parque Nacional da Serra das Lontras
Bioma: Mata Atlântica
Área: 11.343,84 hectares
Reserva Biológica de Una
Bioma: Mata Atlântica
Área: 18.715,06 hectares
Parque Nacional do Pau Brasil
Bioma: Mata Atlântica
Área: 18.935,55 hectares
Parque Nacional do Alto Cariri
Bioma: Mata Atlântica
Área: 19.238,02 hectares
Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal
Bioma: Mata Atlântica
Área: 22.240,67 hectares
Parque Nacional do Descobrimento
Bioma: Mata Atlântica
Área: 22.693,97 hectares
Reserva Extrativista de Cassurubá
Bioma: Marinho Costeiro
Área: 100.767,56 hectares
Revis Rio dos Frades
Bioma: Mata Atlântica
Área: 898,67 hectares
https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/mamiferos-e-repteis-morrem-apos-incendio-em-parque-nacional-na-bahia/
Biodiversidade:Fauna
Unidades de Conservação relacionadas
- UC Boqueirão da Onça
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