As boas e más notícias do desmatamento na Amazônia

O Globo - https://oglobo.globo.com/ - 24/07/2024
As boas e más notícias do desmatamento na Amazônia
Unidades de conservação da região tem menor desmatamento no primeiro semestre em dez anos. Devastação junho, no entanto, avançou depois de 14 meses consecutivos de queda

Luciana Casemiro

24/07/2024

As unidades de conservação da Amazônia tiveram o menor desmatamento no primeiro semestre em uma década. Foram registrados 93 km², uma queda de 18% se comparado com o mesmo período de 2023. Nas terras indígenas da região também foi apurado uma redução na destruição florestal no período, foram 15 km² derrubados, a menor área registrada desde 2016.Essa são as boas notícias. A má é que o resultado do mês junho representa o primeiro aumento na derrubada de árvores em 14 meses: foi registrada uma alta de 10% comparado a junho de do ano passado, 398km² ante a 361 km². Desde abril de 2023, a Amazônia apresentava uma baixa consecutiva no desmatamento, segundo os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon.

- Quando analisamos o comportamento do desmatamento entre os primeiros seis meses do ano de 2024, entre janeiro a maio houve uma redução dessa devastação. Porém no mês de junho houve um aumento de 10% do desmatamento quando comparamos com junho de 2023. Apesar disso, analisando a série histórica dos dados acumulados do desmatamento para o primeiro semestre, houve uma redução de 36% dessa devastação na Amazônia Legal este ano comparado ao ano passado. Então a Amazônia continua apresentando baixas taxas de desmatamento, porém é necessário que as ações de fiscalização continuem para garantir esse ritmo de queda - destaca Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.

Apesar da tendência de queda no desmatamento da Amazônia, os números levantados pelo Imazon são alarmante: 670 campos de futebol devastados por dia nas unidades de conservação do bioma.

Segundo o Imazon,s estados com maior destruição de floresta em junho de 2024 foram Amazonas (35%), Pará (26%) e Mato Grosso (15%). A APA Triunfo do Xingu, no Pará, foi a unidade de conservação da região que teve uma área equivalente a 700 campos de futebol derrubada apenas em junho.

- As medidas de combate precisam focar principalmente nas regiões que mais registram perda. São municípios e áreas protegidas que frequentemente são apontadas como áreas de forte pressão ambiental e registram grandes áreas devastadas- alerta Larissa.

Levantamento feito pelo Greenpeace Brasil, divulgado pelo blog nesta segunda-feira, apontava o avanço do arco do garimpo para o Sul do Amazonas. A organização também chamou atenção para a necessidade de ampliação da presença do Estado, não só com fiscalização e força policial, quando com políticas que permitam o desenvolvimento da população local.

https://oglobo.globo.com/blogs/miriam-leitao/post/2024/07/as-boas-e-mas-noticias-do-desmatamento-na-amazonia.ghtml
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