No noroeste do estado de Minas Gerais, um mosaico de áreas protegidas com cerca de um milhão de hectares terá o incentivo de R$ 1 milhão do Fundo Nacional do Meio Ambiente. A região engloba dois parques nacionais (Grande Sertão Veredas e Cavernas do Peruaçu), dois estaduais (Serra das Araras e Veredas do Peruaçu), duas reservas de desenvolvimento sustentável, uma terra indígena (Xacriabás) e uma APA - Área de Proteção Ambiental.
Com os recursos destinados a organizações civis será possível executar um pacote de ações que incluem a proteção dos recursos hídricos, organização da sociedade civil em torno das áreas protegidas, produção de mudas de árvores nativas e organização territorial. De acordo com o diretor do FNMA, Elias Araújo, mesmo diferenciadas, as ações são convergentes e podem ser replicadas para outras regiões.
Ao todo serão beneficiadas cerca de duzentas famílias de extrativistas, trabalhadores rurais, moradores do entorno de unidades de conservação, artesãos, assentados a reforma agrária e servidores públicos que atuam nas UCs.
Entre os convênios já assinados entre o FNMA e os executores do projetos está a recuperação de nascentes na área indígena dos Xacriabás, no município de São João das Missões. O município tem a peculiaridade de ter a maior parte de sua população - cerca de oito mil pessoas - formada por indígenas vivendo na zona rural.
Com o dinheiro repassado pelo Fundo Nacional, a região do mosaico também terá um DTBC - Plano de Desenvolvimento Territorial de Base Conservacionista. Ainda este ano, o FNMA assinará a segunda etapa dos convênios que incluem projetos de monitoramento de grandes felinos na região. Devido à importância desse grupo de animais na cadeia alimentar, o monitoramento das espécies pode ser um importante indicador da qualidade ambiental no mosaico de áreas protegidas.
Mosaicos - Atuação por meio de mosaicos de unidades de conservação é uma das estratégias escolhidas pelos especialistas para garantir maior eficiência na gestão ambiental. A gestão por meio dos mosaicos é relativamente nova no Brasil. Surgiu como estratégia a partir do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, instituído em 2000. O mosaico é fundamental para definir os usos e a conservação dos recursos naturais na fronteira entre as unidades. A integração da gestão de unidades de conservação visa aprimorar iniciativas de fiscalização, monitoramento, implementação de planos de manejo e pesquisas científicas, além de buscar a sustentabilidade financeira para o efetivo funcionamento das unidades que fazem parte do mosaico. (MMA)
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