Em dois anos, Porto Velho produz 5,4 mil quilos de carne de jacaré-açu para comércio

Rondonotícias - http://www.rondonoticias.com.br/ - 17/09/2013
Desde 2011, a Reserva Extrativista (Resex) Cuniã - localizada a 130 quilômetros de Porto Velho - é autorizada para abate, comercialização da carne e da pele de um dos maiores predadores da América do Sul, o jacaré-açú. Neste período, mais de 5,4 mil toneladas de carne foram produzidas para venda em Porto Velho. O abate é realizado no frigorífico administrado por ribeirinhos. Censo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estima que 36 mil jacarés estão no Lago Cuniã.

A Resex está localizada na margem esquerda do rio Madeira e ocupa área de 50.603,84 hectares. De acordo com o ICMBio, além da produção de carne de jacaré, a comunidade trabalha na produção de farinha, açaí e castanha-do-brasil, além de fazer o manejo de espécies de peixe como o pirarucu.

O chefe da Resex Cuniã no ICMBio, Cristiano Andrei Souza do Vale, explica que os animais abatidos devem medir entre 1,80 e 2,80 metros. "O período para o abate é realizado durante a estiagem, entre os meses de agosto e novembro", explicou.

O manejo é sustentável faz parte de um ciclo de liberação ambiental. Vale explica que o amparo e autorização do manejo são realizados pelo ICMBio. A autorização de transporte da carne e pele é de responsabilidade do Instituto Brasileiro dos Recursos Renováveis e Meio Ambiente (Ibama) e a Secretaria Municipal de Agricultura (Semagric) realiza a inspeção sanitária.

Consumo

A carne produzida pela comunidade pode ser consumida apenas em Porto Velho. "Para exportamos ou escoarmos é preciso de estrutura e esse é um plano para o futuro", afirmou Vale. Os preços, dos seis tipos de corte, da carne do jacaré-açu variam entre R$ 15 e R$ 30, nos supermercados da capital.

Gerente de uma rede de supermercados em Porto Velho, Agnaldo Bringel, afirma que a procura pela iguaria ainda é tímida, mas que existem clientes fixos do produto. "Para atrair consumidores a rede realiza, aos finais de semana, degustação do produto", explicou.

Couro

O couro do jacaré-açu, segundo Vale, é encaminhado para o Estado de Minas Gerais, e de lá segue para os países da Tailândia e Japão. "O couro do jacaré-açu é diferente do jacaré de papo amarelo, do Pantanal. É mais grosso e demora seis meses para ficar pronto para exportação", contou Vale. Durante os três anos de autorização de abate, 700 peças de pele já foram comercializadas.



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UC:Reserva Extrativista

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