Lagoa protegida é invadida por banhistas

O Globo, Rio, p. 13 - 07/12/2009
Lagoa protegida é invadida por banhistas
Ambientalistas defendem barreira física para proteger a Reserva de Jurubatiba

Paulo Roberto Araújo

Ambientalistas, universitários e cientistas do Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental de Macaé (Nupem) da UFRJ estão se organizando para fazer uma barreira física para salvar a Lagoa de Jurubatiba, uma das maiores do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. Um dos mais ricos ecossistemas do litoral fluminense, a lagoa virou balneário, sem qualquer controle, dos moradores de bairros da periferia de Macaé. Jurubatiba está na lista de parques nacionais recomendados pelas autoridades para compor a rota turística na Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016.
A invasão aconteceu depois que a Petrobras abandonou um posto de vigilância com guarita construído para dar segurança a uma área onde existem linhas de gasodutos. As portas, janelas e telhas do posto foram roubados e o local ficou sem controle de acesso. Depois da destruição da guarita, o local passou a ser invadido, principalmente nos fins de semana ensolarados, quando a lagoa chega a receber seis mil pessoas, quando o Plano de Manejo permite apenas 50:
- Os invasores estão destruindo a vegetação, especialmente a aquática, matando animais e destruindo ninhos de aves terrestres e aquáticas. Só num final de semana mataram seis cobras. A pesca é totalmente liberada e os peixes são fritos e vendidos às margens da lagoa na qual foi pescado - lamentou o professor Francisco Esteves, diretor do Nupem.
0 coordenador regional do Instituto Chico Mendes (ICM-Bio), Rogério Rocco, reconheceu o problema e disse que foi montado um esquema emergencial para o verão, com a contratação de pessoal terceirizado para ajudar os fiscais a controlar o acesso ao parque.
- O problema se agravou depois que a guarita da Petrobras foi saqueada. A função da vigilância não era barrar a entrada das pessoas, mas a sinalização e a presença dos guardas davam uma idéia de controle no local. Sem a guarita, há uma impressão de aparente abandono. A equipe de fiscais é pequena, mas já existem recursos para se controlar o acesso de acordo com o que prevê o Plano de Manejo - afirmou Rocco.
O coordenador da Câmara Permanente de Gestão de Macaé, o ambientalista Rômulo Campos, anunciou que a prefeitura de Macaé construirá instalações para os vigias, além de restabelecer o fornecimento de energia elétrica para o local e construir uma cerca de proteção para permitir maior controle de acesso à Lagoa de Jurubatiba.
- O município vai ajudar o ICM-Rio a controlar o acesso ao parque e na construção do centro de visitantes. Macaé quer ser a grande porta de entrada do Parque Nacional - disse Campos.

O Globo, 07/12/2009, Rio, p. 13
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