Uma operação da Polícia Federal no Maranhão levou para a prisão o superintendente do Incra no estado e ex-funcionários da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Eles são suspeitos de receber propina para facilitar a atuação ilegal de madereiras.
A operação se concentrou em São Luís e Imperatriz, a segunda maior cidade do Maranhão. Dezoito presos eram servidores públicos. Entre eles, o atual superintendente do Incra no estado, Antônio Cesar Carneiro de Souza que, de acordo com as investigações, teria fraudado documentos quando trabalhava na Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Ele foi preso no aeroporto de Imperatriz, quando embarcava para Brasília.
Segundo a Polícia Federal, funcionários do Ibama cobravam propina para deixar de fiscalizar as madeireiras ou avisavam quando seriam realizadas operações de fiscalização na região. Além disso, os funcionários envolvidos no esquema que trabalhavam na Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Maranhão falsificavam documentos para legalizar a madeira, que poderia até ser exportada.
Uma das regiões onde a quadrilha atuava era a reserva biológica do Gurupi, na divisa do Maranhão com o Pará. A área de preservação é duas vezes maior que a cidade do Rio de Janeiro. Desde que foi criada, no fim da década de 1980, a reserva tem sofrido com a ação de madeireiros e de posseiros. Em 2011, o Jornal Nacional mostrou que havia até fazendas com criação de gado em uma área que deveria ser preservada. Para a polícia, além do dano ambiental, os servidores colocavam os próprios colegas em risco quando avisavam os madeireiros sobre as operações.
"Eles ficam sujeitos a uma tocaia ou qualquer outro tipo de agressão por parte dos criminosos", diz o superintendente da Polícia Federal.
"Uma das linhas do plano de prevenção e combate ao desmatamento da Amazônia ele é o combate à corrupção e ao crime organizado como forma de deter o desmatamento", afirma Luciano Meneses Evaristo, diretor de proteção ambiental-IBAMA.
O superintendente do Incra, preso na operação, foi exonerado do cargo. A Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão declarou que está colaborando com as investigações da Polícia Federal.
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/12/pf-prende-superintendente-do-incra-suspeito-de-receber-propina-no-ma.html
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