Sinalizar as maiores e mais importantes unidades de conservação da área será o foco das atividades que serão desenvolvidas no interior do Mosaico da Amazônia Meridional em 2012, informou o presidente do Conselho Consultivo do fórum, Izac Theobald.
Na "fila de prioridade" para receber placas e totens de sinalização estão os Parques Nacionais dos Campos Amazônicos e do Juruena, a Reserva Biológica (Rebio) do Jaru, a Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt, o Parque Estadual do Tucumã e as Estações Ecológicas Rio Roosevelt e Rio Madeirinha - todos situados na região limítrofe entre os Estados do Amazonas, Mato Grosso e Rondônia.
A decisão foi tomada durante a primeira reunião oficial do Conselho Consultivo do Mosaico da Amazônia Meridional (CCMAM). Ocorrido entre os dias 12 e 14 de dezembro na sede da Procuradoria Geral de Rondônia, em Porto Velho (RO), o encontro teve 23 participantes, divididos entre representantes de órgãos governamentais, de entidades da sociedade civil e especialistas convidados.
Durante os três dias de evento, os participantes empossaram os membros do conselho do Mosaico, aprovaram o regimento interno deste fórum e elegeram sua diretoria.
O Conselho Consultivo do Mosaico da Amazônia Meridional é formado por 22 instituições - 11 governamentais e 11 não governamentais, representantes de organizações sociais - e tem como objetivo discutir e planejar alternativas de desenvolvimento sustentável na região conhecida como "Arco do Desmatamento". Estão representados nesta instância empresários, organizações de base, ambientalistas e organizações das três esferas de governo.
O presidente do conselho do Mosaico da Amazônia Meridional, Izac Theobald, declarou que, além da sinalização, outro ponto de atenção ano que vem será a realização de um levantamento das pressões ambientais sofridas pelas unidades de conservação da região. "Aqui, temos a ocorrência de garimpo, grilagem, roubo de madeira... precisamos saber o tamanho dessas ameaças e enfrentar juntos esses problemas", disse.
Trazendo discussões à tona
Coordenadora regional do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a bióloga Ana Rafaela D'Amico contou que a atuação do Conselho da Amazônia Meridional será muito importante para a gestão das unidades de conservação da área. "Com isso, vamos agregar diversos atores, trazer associações de produtores e madeireiros para discutir as diversas pressões que temos aqui. Este conselho é bem diverso e se faz necessário trazer essas discussões à tona. Falar sobre alternativas econômicas sustentáveis é importantíssimo na região em que estamos", falou.
As discussões sobre o Mosaico da Amazônia Meridional existem desde 2006, mas somente este ano ele foi reconhecido pelo Governo Federal, por meio de uma portaria publicada no Diário Oficial da União. "O poder público, de certa forma, já atua naquela região. Mas agora, com a formação do conselho do Mosaico, as organizações sociais e entidades civis vão se envolver nas discussões e atividades da área", explicou a analista de conservação do WWF-Brasil, Jasylene Abreu.
Entenda o Mosaico da Amazônia Meridional
No dia 25 de agosto de 2011, o Governo Federal reconheceu, após discussões e conversas que tiveram início em 2006, o Mosaico da Amazônia Meridional. Com uma extensão de sete milhões de hectares e 40 unidades de conservação reunidas, este mosaico vai envolver áreas do Sul do Amazonas, Norte e Noroeste do Mato Grosso e oeste de Rondônia - não por acaso, a região conhecida como "Arco do Desmatamento" devido aos inúmeros problemas ambientais existentes na área, como queimadas, garimpo, grilagem, indicadores sociais baixíssimos e presença mínima do Estado.
O Mosaico da Amazônia Meridional engloba uma extensa área: são 2,6 milhões de hectares no Mato Grosso (37,4% do total); 2,4 milhões no Amazonas (34,7% do total); áreas federais que somam 1,3 milhões de hectares (19,5% do conjunto) e 550 mil hectares em Rondônia (8% da área total). Estão inclusos no mosaico unidades como o Parque Nacional do Juruena, no Mato Grosso; o Parque Estadual Guariba, no Amazonas; e a Reserva Extrativista Garrote, em Rondônia.
Com o reconhecimento do mosaico, os gerentes das unidades de conservação e os entes públicos como secretarias estaduais de Meio Ambiente, em conjunto com o governo federal, poderão partilhar recursos e efetuar planejamentos em conjunto, otimizando a gestão do território.
Será possível, por exemplo, unir recursos humanos, equipamentos e provisões em uma atividade comum, fazendo com que esta ação ganhe escala e possa ter uma área de abrangência e alcance maior. Será possível organizar ações de educação ambiental, de proteção, monitoramento e demarcação com um número maior de pessoas e equipamentos.
As próximas reuniões do conselho do Mosaico da Amazônia Meridional estão marcadas para abril e outubro de 2012.
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