O governador Jorge Viana assinou anteontem a criação de três florestas públicas e de um parque estadual, que totalizam uma área de 1,1 milhão de hectares. A partir de agora, 48% dos 152.581.388 km2 do território acreano são considerados áreas naturais protegidas, isto é, 35% são áreas de conservação e 13% terras indígenas.
Foram criadas as florestas públicas do Rio Gregório (217 mil hectares), do Rio Liberdade (126 mil hectares) e do Mogno (138 mil hectares). O Parque Estadual do Chandless, com 695,3 mil hetcares, é a primeira unidade de proteção integral criada pelo governo estadual.
Todas essas áreas estão localizadas ao longo da BR-364, o que levou o governador Jorge Viana a declarar que está construindo a "estrada verde", onde será proibido o desmatamento nas margens da estrada.
"A partir de agora nós podemos afirmar que o mogno nunca vai acabar no Acre", afirmou o governador, se referindo à criação da Floresta Estadual do Mogno.
O Parque Estadual do Chandless começa na fronteira do Brasil com o Peru, próximo à nascente do Rio Santa Rosa, limitando-se também com os municípios de Feijó e Manoel Urbano. Está totalmente localizado dentro do corredor verde do oeste da Amazônia estabelecido pelo Ibama.
A área é reconhecida pela riqueza da faunística. Existem pelos menos cerca de 800 espécies de aves; 200 espécies de mamíferos, 80 espécies de répteis e 120 espécies de anfíbios.
A riqueza de espécies prevista para a área, baseada em informações de distribuição das espécies é relativamente grande. A riqueza de espécies para a área do Chandless é superior a levantamentos realizados no Parque Nacional da Serra do Divisor (Serra do Moa), na região oeste do Acre.
A flora do Parque Estadual do Chandless ainda é pouca conhecida, porém apresenta características típicas de área de transição entre o leste e o oeste do Acre. A área é considerada por isso como de alta prioridade para a conservação ambiental. Não existe castanheira nem seringueira na área.
O parque leva o nome do geógrafo inglês William Chandless, que foi enviado ao Acre pela Roual Geographical Society of London, em 1864, para percorrer e cartografar toda a região e desvendar definitivamente a questão da pretensão fluvial (ou por pequeno trecho terrestre) entre os rios Madeira e Purus.
Ainda que Chandless tenha frustrado o sonho de tornar a região corredor comercial para o amazonas, tendo em vista a comprovação em seus estudos da inexistência da pretendida ligação entre as bacias do Purus e do Madeira, suas expedições legaram os primeiros mapas da região. Esses mapas, feitos com base científica, se revelaram extremamente precisos depois de 50 anos.
A passagem de Chandless pelo Acre foi tão marcante na fase inicial da exploração que um dos mais importantes afluentes do rio Purus recebeu o nome de Rio Chandless em sua homenagem.
UC:Geral
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