O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), apresenta nesta quarta-feira (27), no auditório da sede do Instituto em Brasília, o Plano de Ação Nacional para a Conservação do Patrimônio Espeleológico nas Áreas Cársticas da Bacia do Rio São Francisco - PAN Cavernas do São Francisco. A reunião é aberta ao público e contará com representantes de diversas instituições e da sociedade civil.
Essa é a primeira de uma série de quatro reuniões que apresentarão o plano. O objetivo é reafirmar os compromissos para a execução das ações, buscando a sensibilização dos tomadores de decisão. As próximas reuniões irão ocorrer em Belo Horizonte, no dia 14 de agosto; em Salvador, no dia 16 de agosto; e em Aracaju, no dia 30 de agosto. O plano também será apresentado durante o 6o Encontro Mineiro de Espeleologia, em Belo Horizonte, no dia 19 de julho.
O Plano de Ação Nacional tem por objetivo garantir a conservação do Patrimônio Espeleológico brasileiro por meio do conhecimento, promoção do uso sustentável e redução dos impactos antrópicos, prioritariamente nas áreas cársticas da Bacia do Rio São Francisco, nos próximos cinco anos. A proposta é assegurar a sua conservação desenvolvendo mecanismos de proteção e controle voltados ao uso sustentável das cavidades naturais subterrâneas, seguindo as diretrizes do Programa Nacional de Conservação do Patrimônio Espeleológico, instituído em 2009 pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
A elaboração do PAN Cavernas do São Francisco envolveu a realização de quatro oficinas preparatórias, sob a coordenação do Cecav/ICMBio. Participaram 130 representantes de 70 instituições, dos segmentos de governo (federal, estadual e municipal), não governamental, universidades e setor produtivo, sediados na área da Bacia, além de uma oficina final para validação dos resultados. (Para acessar o PAN Cavernas do São Francisco: http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira/plano-de-acao/870-plano-de-acao-nacional-para-conservacao-das-cavernas-do-sao-francisco.html).
Sobre a Bacia do Rio São Francisco
A Bacia do Rio São Francisco é fundamental pelo volume de água transportada para o Semiárido e compreende 521 municípios de seis estados: Alagoas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco e Sergipe. Sua área compreende 57,18% do Cerrado, 39,55% da Caatinga e 3,28% da Mata Atlântica. O número significativo de cavidades naturais subterrâneas favorecem a preservação de vestígios arqueológicos e paleontológicos, riquezas minerais e hídricas, aspectos históricos, pré-históricos e culturais e diversidade da fauna e flora. Nessa região também ocorrem várias espécies da fauna com adaptações para a vida subterrânea. Dessas, segundo o Livro Vermelho, 11 são consideradas ameaçadas, sendo 3 na categoria de Criticamente em Perigo (CR) e 8 na categoria Vulnerável (VU).
Cavernas em Unidades de Conservação
Dentre as 312 unidades de conservação federais, dez foram especialmente criadas para proteger o Patrimônio Espeleológico brasileiro: os parques nacionais Furna Feia (RN), de Ubajara (CE), da Serra da Bodoquena (MS), da Serra do Cipó e Cavernas do Peruaçu (MG); e as áreas de proteção ambiental da Chapada do Araripe (CE), das Nascentes do Rio Vermelho (GO), Cavernas do Peruaçu, Carste Lagoa Santa e Morro da Pedreira (MG). Na área do PAN Cavernas do São Francisco existem 4.317 cavidades naturais subterrâneas. Dessas, 1.542 estão localizadas dentro de 51 áreas protegidas, sendo 429 em 28 áreas de proteção integral, 1.111 em 22 áreas de uso sustentável e 2 em uma terra indígena.
http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira/plano-de-acao/870-plano-de-acao-nacional-para-conservacao-das-cavernas-do-sao-francisco.html
UC:Geral
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