A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, esteve, nesta sexta-feira (17), em Minas Gerais e no Rio de Janeiro para acompanhar de perto o trabalho de contenção dos incêndios que atingem os Parques Nacionais da Serra do Cipó (MG) e Serra dos Órgãos (RJ). Além dos Parques, as Áreas de Proteção Ambiental (APA) Morro da Pedreira (MG) e Petrópolis (RJ) também foram afetadas pelas queimadas.
Na sede do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis (RJ), após sobrevoar a região afetada pelo incêndio, que já consumiu 700 hectares da Unidade de Conservação (UC), a ministra destacou que a situação ainda é crítica e que foram identificados novos focos de incêndio. "Pela dinâmica do fogo, constatamos que há fortes indícios de que o incêndio seja criminoso. Até ontem, havia pontos isolados e hoje temos cinco novas frentes de fogo", analisou Izabella.
Ainda de acordo com a ministra, o combate dessas frentes de fogo em locais de difícil acesso exige uma operação de combate com brigadistas especializados em montanhismo. Além disso, existem outros agravantes, como os fortes ventos e as bromélias típicas da região, que contêm material combustível acumulado (a última queimada ocorreu em 1998, segundo a coordenação da unidade). "Não estamos medindo esforços para acabar com esse incêndio. O Ibama está deslocando um helicóptero e um grupo de brigadistas de Brasília para reforçar a equipe. Já o ICMBio vai trazer combatentes dos Parques Nacionais de Jurubatiba e da Tijuca (RJ)", completou a ministra.
Haverá também uma frente de trabalho com policiais e fiscais do Ibama nas áreas em que existem indícios de atividades criminosas. "Estamos atuando de forma articulada com o governo do Estado do Rio de Janeiro e teremos ações de fiscalização nesses locais, mas é importante que a população também colabore com a prevenção das queimadas", concluiu Izabella Teixeira.
No Parque Nacional da Serra do Cipó a queimada já está sob controle
Durante entrevista coletiva concedida em Belo Horizonte, a ministra enfatizou os esforços empreendidos pelo ICMBio e Ibama no combate ao incêndio na Serra do Cipó. "A equipe que está trabalhando é suficiente. A nossa necessidade agora é fazer um rodízio com esses profissionais, que estão acampando na mata e já se encontram exaustos", avaliou. No momento, um grupo formado por 60 brigadistas das duas instituições segue trabalhando para conter o fogo na região do Alto Palácio, último foco do incêndio que atinge o Parque Nacional da Serra do Cipó (MG) desde a última segunda-feira (13).
Os focos de incêndio nas áreas urbanas foram erradicados e os 27 bombeiros civis que haviam sido deslocados de Belo Horizonte para reforçar a equipe já deixaram a Unidade. Por sua vez, os 20 voluntários que atuam nas linhas de fogo e no apoio logístico continuam em atividade, bem como as operações aéreas de lançamento de água. "Além disso, recebemos ontem o auxílio do Rodofogo do Ibama, caminhão equipado com mangueiras para fazer frente ao incêndio", afirmou a analista ambiental do ICMBio, Paula Ferreira. É importante salientar que o clima na região está mais ameno desde a madrugada de quinta-feira (16), melhorando a visibilidade e possibilitando um combate mais efetivo.
A Divisão de Monitoramento e Informações Ambientais, da Coordenação de Proteção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (CGPRO-ICMBio), estima que 2.490 hectares tenham sido atingidos pela queimada, o que representa aproximadamente 8% da área da unidade.
Para segurança do público, o Parque Nacional da Serra do Cipó continua fechado à visitação até que todo o trabalho de combate ao fogo e atividades de desmobilização estejam concluídos.
http://www.icmbio.gov.br/portal/comunicacao/noticias/4-destaques/5054-incendio-na-serra-dos-orgaos-pode-ser-criminoso.html
UC:Parque
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