O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) divulgou nesta quinta-feira (26) o relatório anual de desmatamento em terras indígenas e unidades de conservação federais e estaduais de Rondônia. De 2006 a 2007, foram desmatados mais de 33,8 mil hectares em áreas protegidas. O relatório faz parte do Programa de Monitoramento de Áreas Especiais (ProAE) e anualmente analisa a evolução do desmatamento especificamente em áreas protegidas.
Do total de devastação, 17 mil hectares foram desmatados em unidades de conservação estaduais, o que representa 50,4% dos desmates em áreas protegidas. Outros 12 mil hectares desmatados foram em unidades de conservação federais (35,5% do total) e 5,1 mil hectares em terras indígenas (15,1%).
Todas as informações do relatório e os mapas para visualização das áreas desmatadas foram entregues em um CD-Rom a todos os órgãos públicos ligados à proteção destas áreas.
Segundo o gerente do CTO-Porto Velho, José Neumar Silveira, o ProAE fornece aos órgãos parceiros subsídios para planejar e executar suas ações para a manutenção destas áreas especiais. Ele ressalta que "o desmatamento em áreas protegidas é proibido, entretanto, verifica-se a cada ano um aumento dos desmates ilegais".
*Áreas estaduais*
Em Rondônia há 41 unidades de conservação estaduais. O relatório do ProAE aponta que cerca de 90% de todo o desmatamento nestas unidades estaduais ocorreram em apenas cinco áreas, que são destinadas ao uso sustentável. A mais devastada é a Reserva Extrativista (Resex) Rio Jaci-Paraná, localizada na divisa dos municípios de Porto Velho, Buritis e Nova Mamoré. Só nesta área foram desmatados 9,5 mil hectares.
Na Resex Rio Preto-Jacundá, entre os municípios de Machadinho D'Oeste e Cujubim, mais de 1,6 mil hectares foram desmatados. Nesta área, foram identificados cortes seletivos em estágio avançado, ou seja, a retirada de madeiras nobres e de alto valor comercial.
Nas Florestas Estaduais Rio Madeira B (localizada em Porto Velho) e Mutum (situada em Cujubim) foram desmatados 1,5 mil hectares e 983 hectares, respectivamente. Já na Reserva Extrativista Rio Cautário foram suprimidos 383 hectares da vegetação natural.
Unidades federais
A Floresta Nacional (Flona) Bom Futuro, na divisa de Porto Velho e Buritis, continua como a campeã em desmatamento dentre as unidades de conservação federais. Entre 2006 e 2007 foram desmatados mais de 8,8 mil hectares.
Outras unidades federais também aparecem no relatório do Sipam com quantidades significativas de desmatamentos. O Parque Nacional Campos Amazônicos teve mais de mil hectares desmatados. O Parque Nacional Pacaás Novos sofreu desmatamento em 394 hectares de suas terras e a Reserva Extrativista Rio Ouro Preto teve 390 hectares desmatados.
Terras indígenas
Mais de mil hectares foram desmatados em um ano na terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau. Outros 868 hectares de vegetação natural foram retirados da TI Pacaás Novos e 812 hectares da TI Igarapé Lourdes.
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