O Amazonas vai investir R$ 3,5 milhões em infra-estrutura turística em Áreas de Proteção Ambiental e Parques Estaduais ainda este ano. "O investimento é imediato, o dinheiro já está na conta", afirmou o coordenador do Centro Estadual de Unidades de Conservação (Ceuc), Domingos Macedo. O dinheiro é parte dos recursos adicionais pagos pela Petrobras como compensação pelas obras do gasoduto Coari-Manaus.
A minuta de um projeto que regulamenta o turismo em reservas estaduais já está pronta, mas aguarda parecer da Procuradores Geral do Estado para ser enviada à Assembléia Legislativa. Como inclui a cobrança de taxas para ingresso de visitantes nas unidades de conservação, e isto interfere no Orçamento Estadual, a regulamentação precisa ser aprovada pelos deputados. A proposta define também que modalidade de turismo será autorizada para cada tipo de UC e não inclui unidades com restrições a visitantes, como Reservas Biológicas.
No Amazonas, devido à dificuldade de controlar os acessos às unidades de conservação, as taxas devem ser cobradas dos operadores de turismo e não diretamente dos visitantes. "Em Iguaçu, você pode colocar uma guarita e cobrar a entrada, mas aqui, onde existem inúmeros acessos por rio e uma região muito grande, isto fica inviável", explica Domingos Macedo.
Mas ainda são necessários estudos para saber a quantidade de turistas que serão aceitos nas áreas de proteção. Muitas delas ainda não tem sequer um Plano de Gestão. Na RDS Rio Negro setor Sul, um plano de negócios está sendo pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipe).
Unidades próximas à capital foram escolhidas como prioritárias. Este grupo inclui as localizadas no Baixo Rio Negro (ao sul da foz do Rio Branco), a Área de Proteção da Caverna do Maroaga, em Presidente Figueiredo, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Uatumã, que leva o nome do rio que a corta, e o Parque Estadual Sumaúma, única reserva estadual localizada dentro de uma área urbana, em Manaus.
No Baixo Rio Negro, o planejamento é feito em colaboração com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Dois Parques Nacionais, Anavilhas e Jaú, que ficam na região e são contíguos às unidades estaduais, foram contemplados pelo pró-parques do governo federal e também estão recebendo investimentos para o turismo. A região deve receber três pontos de apoio ao turista, com hotel e centro de artesanato, e dois flutuantes para fiscalização, que devem ser doados pelo WWF.
O lazer de moradores de Manaus também faz parte dos planos do Ceuc. O Parque Estadual Sumaúma, que fica dentro do perímetro urbano da capital, vai ganhar um restaurante, trilhas para visitação, anfiteatro e um Centro de Convenções. Na Praia da Lua, hoje explorado sem nenhum critério ou controle, deve ganhar uma nova estrutura e os atuais donos de barracas se tornaram permissionários do estado. Outro destino conhecido do manauara, a Caverna do Maruaga, também deve ganhar uma infra-estrutura melhor.
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã já é um destino conhecido no turismo de pesca. Uma Norma que prevê arrecadação e cota máxima de peixes que podem ser levados pelos turistas entra em vigor na temporada deste ano, que começa em setembro. O turista vai pagar R$ 20,00 por dia para pescar tucunaré nos rios da reserva e R$ 4,00 por quilo de peixe que levar, com o limite de 5 quilos. O Plano de Uso, ainda em elaboração, prevê a abertura de trilhas em uma antiga área de exploração de pau-rosa.
A turismo em reservas está incluído também nos planos do Amazonas para a Copa de 2014. Manaus será sede de jogos da competição e o governo do estado quer aproveitar a exibição provocada pelo esporte para promover o turismo no estado.
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