Histórico
A Área de Proteção Ambiental (APA) Delta do Parnaíba foi criada pelo decreto de 28 de agosto de 1996, localizada nos estados de Ceará, Maranhão e Piauí e em suas respectivas águas jurisdicionais. Segundo o decreto, seus objetivos são:

I - proteger os deltas dos rios Parnaíba, Timonha e Ubatuba, com sua fauna, flora e complexo dunar;
II - proteger remanescentes de mata aluvial;
III - proteger os recursos hídricos;
IV - melhorar a qualidade de vida das populações residentes, mediante orientação e disciplina das atividades econômicas locais;
V - fomentar o turismo ecológico e a educação ambiental;
VI - preservar as culturas e as tradições locais.

Localização
A Área de Proteção Ambiental localiza-se nos estados do Ceará, Piauí e Maranhão, possuindo este último sua maior porção, mais de 144 mil hectares dos mai de 313 mil que a APA possui. Os municípios abrangidos são: Água Doce do Maranhão, Araioses, Paulino Neves e Tutóia, no Maranhão, Barroquinha e Chaval, no Ceará, e Cajueiro da Praia, Ilha Grande, Luís Correia e Parnaíba, no Piauí.

A APA possui cerca de 70% de sua área em sobreposição com três outras UCs, a APA Delta do Rio Parnaíba, APA Foz do Rio das Preguiças e a RESEX Marinha do Delta do Parnaíba.

Biomas e tipo de vegetação
A APA se estende pelos biomas da caatinga, cerrado e zona costeira. Sua vegetação é diversa, sendo constituída por quatro principais recortes ecológicos: a Caatinga litorânea, restinga, manguezal e carnaubal. Sua fitofisionomia é composta pela floresta estacional, formações pioneiras e savana estépica.

Biodiversidade
Dentre as espécies encontradas na APA, podemos listar: caranguejo uçá (Ucides cordatus), gambás, garça-parda (Ardes cocoi), gato-maracajá (Leopardus wiedii), guaxinim, jacaré (Caiman sp), paca (Agouti paca), socó (Buturoides virescens), tatu (Dasypus kaplerii), veado mateiro Mazama americana).

Ainda que a biodiversidade da região seja muito variada, algumas espécies correm grave risco de extinção, como o guariba (Alouatta ululata), peixe serra (Pristis pectinata), peixe-boi-marinho (Trichechus manatus) e o mero (Epinephelus itajara).

Clima
As condições de temperatura se caracterizam pela baixa amplitude anual e valores médios que variam entre 25 e 27oC. As precipitações médias anuais superam os 1200mm, concentrando-se principalmente de janeiro a maio, representando mais de 80% das médias totais anuais. De agosto a novembro registram-se menores índices pluviométricos, demonstrando que o regime mensal das chuvas tem uma distribuição unimodal com mínimo pluviométrico em agosto e máximo em abril.

Ameaças
O Delta do Parnaíba sofre constantemente com pescas ilegais, descarte incorreto de resíduos sólidos, desmatamento e turismo predatório.

Referências:
1. BRASIL. Decreto de 28 de agosto de 1996. Dispõe sobre a criação da Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba, nos Estados do Piauí, Maranhão, e Ceará, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/DNN/Anterior%20a%202000/1996/Dnn4368.htm Acesso em: fev/2020

2. GUZZI, Anderson. Biodiversidade do Delta do Parnaíba: litoral piauiense. Parnaíba: EDUFPI, 466p., 2012. Disponível em: http://bionoset.myspecies.info/sites/bionoset.myspecies.info/files/Biodiversidade%20do%20Delta%20do%20Parna%C3%ADba_0.pdf. Acesso em: fev/2020.

3. CARVALHO, Roseanny. Espécies ameaçadas do Delta do Parnaíba. Panorama Cultural. Acesso em 9 de outubro de 2018. Disponível em: http://panoramacultural.com.br/especies-ameacadas-do-delta-do-parnaiba/. Acesso em: fev/2020.

4.INSTITUTO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOCIAIS DA UECE (IEPS). Plano de gestão e diagnóstico geoambiental e socioeconômico da APA do Delta do Parnaíba.

Contacto

Gestor da UC: DANIEL DE MIRANDA PINTO DE CASTRO (DOU 29/12/2016)

Gestores anteriores: PATRICIA DOS PASSOS CLARO (até 29/12/2016)
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