Reserva Extrativista do Cazumbá-Iracema

Área 750.795,00ha.
Document area Decreto - s/nº - 19/09/2002
População 320
Jurisdição Legal Amazônia Legal
Ano de criação 2002
Grupo Uso Sustentável
Instância responsável Federal

Mapa

Municípios

Município(s) no(s) qual(is) incide a Unidade de Conservação e algumas de suas características

Municípios - RESEX do Cazumbá-Iracema

# UF Município População (IBGE 2018) População não urbana (IBGE 2010) População urbana (IBGE 2010) Área do Município (ha) (IBGE 2017) Área da UC no município (ha) Área da UC no município (%)
1 AC Manoel Urbano 9.336 2.703 5.278 1.063.313,60 17.239,00
2,28 %
2 AC Sena Madureira 45.177 12.918 25.111 2.375.306,70 756.958,91
100,00 %

Ambiente

Fitofisionomia

Fitofisionomia (cursos d'água excluídos) % na UC
Floresta Ombrófila Aberta 100,00

Bacias Hidrográficas

Bacia Hidrográfica % na UC
Purus 100,00

Biomas

Bioma % na UC
Amazônia 100,00

Gestão

  • Órgão Gestor: (ICMBIO) Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
  • Tipo de Conselho: Deliberativo
  • Ano de criação : 2006

Documentos Jurídicos

Documentos Jurídicos - RESEX do Cazumbá-Iracema

Tipo de documento Número Ação do documento Data do documento Data de Publicação Observação Download
Decreto s/nº Criação 19/09/2002 20/09/2002 Fica criada a Reserva Extrativista do Cazumbá-Iracema com uma área de aproximadamente 750.794,70 ha , nos Municípios de Sena Madureira e Manoel Urbano, no Estado do Acre, com os objetivos de assegurar o uso sustentável e a conservação dos recursos naturais renováveis, protegendo os meios de vida e a cultura da população extrativista local.  
Portaria 22 (INCRA) Outros 03/11/2003 13/11/2003 Reconhece as atividades da Reserva Extrativista Cazumbá/Iracema, com área de 750.794,70, áreas matriculadas em nome da União Federal, localizadas nos municípios de Sena Madureira e Manuel Urbano, no Estado do Acre, administrada pelo Ibama, como atividade de um projeto agroestrativista, código SIPRA AC0096000, no âmbito da superintendência Regional do Acre, visando atender 243 famílias. retificação publicada no DOU de 17/11/2006: corrige para 320 famílias.  
Portaria 25 Conselho 09/03/2006 10/03/2006 Cria o Conselho Deliberativo da Reserva Extrativista Cazumbá-Iracema.  
Portaria 56 Instrumento de gestão - plano de manejo 28/08/2008 29/08/2008 Aprova o Plano de Manejo Participativo da Reserva Extrativista Cazumbá-Iracema/AC.  

Documentos de gestão - RESEX do Cazumbá-Iracema

Tipo de plano Ano de aprovação Fase Observação
Plano de manejo 2008 Aprovado Vide aba situação jurídica.

Principais Ameaças

Desmatamento na Amazônia Legal

Este tema apresenta a análise dos dados de desmatamento produzidos pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), que mapeia somente áreas florestadas da Amazônia Legal. Os dados do Prodes não incluem as áreas de cerrado que ocorrem em muitas Unidades de Conservação no bioma Amazônia.

Focos de calor

Área de abrangência do ponto: um foco indica a possibilidade de fogo em um elemento de resolução da imagem (pixel), que varia de 1 km x 1 km até 5 km x 4 km. Neste pixel pode haver uma ou várias queimadas distintas, mas a indicação será de um único foco. Se uma queimada for muito extensa, será detectada em alguns pixeis vizinhos, ou seja, vários focos estarão associados a uma única grande queimada.

Total identificado de desmatamento acumulado até 2000: 3732 hectares
Total identificado de desmatamento acumulado até 2023: 11366 hectares

Características

O processo de mobilização da comunidade que levou à criação da Reserva Extrativista do Cazumbá-Iracema teve início em meados de 1976, quando o INCRA desapropriou vários seringais no município de Sena Madureira para implantação do Projeto de Assentamento Boa Esperança. Dentre estes seringais estava o Iracema, no rio Caeté, ocupado pela Comunidade do Cazumbá. Com a expansão do assentamento, os líderes desta comunidade organizaram-se, concentrando alguns moradores em um único núcleo habitacional, a fim de impedir o loteamento da área e a especulação de terras.
Foi criada a Reserva Extrativista do Cazumbá-Iracema através do Decreto s/n de 19/09/2002, com manifestações de apoio de quase todas as entidades representativas do poder público e da sociedade do município de Sena Madureira, entre os quais destaca-se a Igreja Católica.
Clima predominante: Am - tropical chuvoso. Temperaturas médias anuais: variam entre 24,5o C e 25,5o C, sendo julho o mês mais frio, com média de 23,3o C e outubro o mais quente, com média de 25,8o C. Pluviosidade média anual: entre 2.000 e 2.500 mm, com longa estação chuvosa (novembro a maio) e pequena estação seca. Umidade relativa: alta durante todo o ano, com média em torno de 80 a 90%, sem significativas oscilações.
Os solos são, em geral, quimicamente pobres e mal drenados, com alguns trechos férteis. Na Reserva, existem quatro tipos de solo: Argissolos Eutróficos, Alissolos Hipocrômicos, Cambissolos Eutróficos, Gleissolos Háplicos.
Rio e Igarapés: A área é drenada por afluentes do rio Purus, o segundo maior representante da drenagem do estado. A parte central é cortada pelo rio Caeté, que atravessa a Reserva, tendo como afluentes vários igarapés, destacando-se o Espera-aí, Canamari, Maloca e Santo Antônio. Na parte leste, corre o rio Macauã, tendo como principal afluente o igarapé Riozinho.
Os rios da Reserva são bastante sinuosos, sem padrão meândrico típico e variam sua largura sazonalmente. No auge da seca, sua navegabilidade é reduzida pela pequena profundidade de certos trechos.
Vegetação: A formação vegetal mais abundante na Reserva é a Floresta Ombrófila Aberta de Palmeira, com ocorrência em menor escala de Floresta Ombrófila Aberta de Bambu e Floresta Ombrófila Densa com Dossel Uniforme, sendo esta encontrada às margens do rio Caeté.
A Floresta Ombrófila Aberta de Palmeira é caracterizada pela presença abundante de algumas espécies de palmeiras. A Floresta Ombrófila Aberta de Bambu (Taboca) caracteriza-se pela presença de bambu, principalmente do gênero Bambusa. A Floresta Ombrófila Densa com Dossel Uniforme é caracterizada por vegetação arbórea heterogênea, sem árvores emergentes, com sub-bosque.
Embora seja necessário ampliar e aprofundar os estudos sobre a flora da Reserva, algumas observações preliminares, através de estimativa visual, e o depoimento de alguns moradores, indicaram áreas com concentrações de espécies de importância econômica atual ou potencial, como açaí (Euterpe precatoria), jarina (Phytelephas macrocarpa), seringueira (Hevea brasilienses), castanheira (Bertholetia excelsa), copaíba (Copaifera sp.), cedro (Cedrella odorata), cumaru-ferro (Dipteryx odorata), cerejeira (Torresea acreana) e mogno (Swietenia macrophylla).
Fauna: Os estudos faunísticos, ainda preliminares, indicam uma fauna diversificada. Foram registradas 249 espécies: 179 aves, 44 mamíferos 18 peixes e 8 répteis. Destas, quatro espécies de mamíferos encontram-se atualmente na lista oficial do Ibama de espécies ameaçadas: tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), tatu-canastra (Priodontes maximus), onça-pintada (Panthera onca) e cachorro-do-mato-vinagre (Speothos venaticus).
Alguns taxa importantes pela sua reconhecida diversidade, abundância e papel funcional em ambientes tropicais (p.ex.: dispersores de sementes) não foram amostrados, incluindo morcegos e pequenos mamíferos (roedores e marsupiais). Grupos de aves que incluem um grande número de espécies pequenas, crípticas, de difícil visualização ou registro sem redes de neblina, como trochilídeos, formicarídeos, furnarídeos, dendrocolaptídeos, tiranídeos e algumas espécies migratórias foram subamostrados.
(Fonte: http://cazumba.org. Acesso em: 19/04/2010).

A Reserva é acessada a partir de Sena Madureira pelos rios Caeté e Macauã e pelos ramais do 16 e do Nacélio. O clima predominante na região é tropical chuvoso (2000 a 2500 mm anuais), com curta estação seca. A formação vegetal predominante é Floresta Ombrófila Aberta. A fauna é rica e inclui quatro espécies ameaçadas. Seus 1300 moradores, organizados em 270 famílias, distribuem-se em unidades produtivas denominadas colocações (áreas florestais de 300 a 500 ha). Possuem, em geral, baixa escolaridade: 50% são analfabetos e cerca de 20% das crianças não freqüentam a escola. Sua dieta baseia-se no consumo de animais domésticos de pequeno porte, em produtos agrícolas, produtos extraídos da floresta (ex.: açaí, patauá, pupunha, bacaba, buriti, castanha, jaci), na caça de subsistência e na pesca. A economia baseia-se em extrativismo e agricultura. Dois terços das famílias obtêm renda a partir de uma destas duas atividades ou pela combinação delas. A borracha e a castanha são os principais produtos do extrativismo vegetal, extraídos por 32% e 12% das famílias, respectivamente. Utilizam também outros recursos, como madeira, óleo de copaíba, açaí, mel e patauá. Todos dependem da agricultura para subsistência e obtenção de renda. Os roçados são geralmente pequenos, com cerca de 1 ha. A macaxeira é o único produto cultivado o ano inteiro, sendo importante por gerar renda regularmente, com a venda de farinha, de fácil comercialização. Animais de pequeno porte são comercializados eventualmente. A Reserva é importante, pois garante benefícios a toda sociedade: ajuda a fixar a população no campo, evitando aumento da pobreza na periferia da cidade, contribui para a economia local/regional, fornece serviços ambientais, faz parte de um sistema de Unidades de Conservação regional, funcionando como zona tampão contra impactos ambientais sobre o Parque Estadual do Chandless e ajuda a conservar amostra representativa da floresta amazônica. Sua implementação depende da aplicação adequada de seus principais instrumentos de gestão e do fortalecimento da organização comunitária para, através de uma gestão participativa, conciliar conservação, uso dos recursos naturais e manutenção da cultura extrativista.
(Fonte: http://cazumba.org - acesso em jan/09)

Os moradores da Resex estão distribuídos em colocações bastante distantes distribuídas na floresta, sendo necessário um dia de distância pelo interior entre uma e outra.
EDUCAÇÃO : Existem duas escolas de ensino básico (1ª a 4ª séries) na comunidade. A taxa de analfabetismo é alta, chegando a 25% da comunidade.
SAÚDE : Há um posto de saúde próximo à reserva, mantido pela Prefeitura de Sena Madureira, que é frequentado por apenas cerca de 20% da comunidade, por falta de medicamentos e infraestrutura, funcionando mais como um entreposto de saúde preventiva e nas campanhas de vacinação.
Principais doenças ocorridas (ISPN, 1997): malária, verminose, hepatite, diarréia e doenças causadas por picadas de insetos.
Água: a maioria das famílias (70%) consome água dos igarapés, rio ou córrego e 30% das vertentes e nascentes, porém a grande maioria da população tem filtro em casa.
INDICADORES DE PRODUÇÂO : São sistemas de produção: borracha e lavoura com ênfase para a produção de mandioca. Outros produtos extrativos são: cipó-timbó, açaí, patauá, bacaba, cajá, cipó-de-ambe, bacuri, sementes, jatobá, palmito, pupunha, copaíba, breu-branco, cupuaçu, sucuba e buriti.
Madeira: a comunidade extrai para uso próprio a itaúba (confecção de canoas), o cedro e a cerejeira.
Animais: há criação de pequenos animais.
CAÇA: paca, porquinho e veado-campeiro.
(Fonte: CNPT/IBAMA, 2003)

Contato

Contato: Sandro Flavio de Carvalho (DOU set/2010)
Chefe da UC: THIAGO JURUÁ DAMO RANZI (DOU 30/04/2012)

Endereço para Correspondência (Ibama):
Rua Veterano Manuel de Barros, nº 320 - Abraão Alab
CEP: 69917-150 - Rio Branco - AC
Tel: (68) 3211-1712/1713/1736
Fax: (68) 3226-3211

Coordenadoria Regional (ICMBio): Carolina Carneiro da Fonseca
Endereço CR: Av. Lauro Sodré 6500 - Bairro Aeroporto
CEP: 76803-260 - Porto Velho - RO

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