Histórico
A Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca - APABF foi criada em 14 de setembro de 2000, com cerca de 150 mil hectares, incide sobre 10 municípios de Santa Catarina. Os objetivos da APABF são de proteger a baleia franca austral (Eubalaena australis), ordenar e garantir o uso racional dos recursos naturais da região, ordenar a ocupação e utilização do solo e das águas, ordenar o uso turístico e recreativo, as atividades de pesquisa e o tráfego local de embarcações e aeronaves, conforme art. 1o do seu decreto de criação.

A principal importância desta área protegida está relacionada à concentração reprodutiva de baleia-franca-austral que se desloca para a porção sul de Santa Catarina anualmente e permanece na região entre maio e novembro. Esses animais migram de suas áreas de alimentação nas ilhas Geórgias do Sul e encontram nestas enseadas protegidas um ambiente propício para acasalamento e nascimento de filhotes.

No contexto do Bioma Mata Atlântica, a APABF constitui zona de amortecimento da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA). A APA se destaca também por conter em seu interior a primeira Reserva Mundial de Surfe brasileira, na região da Guarda do Embaú, Palhoça/SC, aprovada em 2017. Somente nove praias no planeta possuem esta certificação internacional emitida pela ONG Save the Waves Coalition.

Turismo
Na APABF, as atividades de observação de baleias francas vêm sendo fortalecidas pela promoção de ações e projetos que objetivam a estruturação do turismo na época de ocorrência da espécie. Sendo uma região reconhecidamente vocacionada ao turismo de sol e mar, durante o verão especialmente, iniciativas governamentais e da sociedade estão fortalecendo o território como um destino diferenciado para a observação de baleias e outros cetáceos, estruturando a chamada Rota da Baleia Franca. Entre as iniciativas apoiadas, o turismo de observação de baleias por terra, fortemente associado ao turismo de base comunitária e ecoturismo, valorizando as características e atributos socioculturais da região, vem ganhando destaque e, gradativamente, estruturando os grupos locais de guias e condutores, as governanças regionais, as políticas públicas e outras estratégias de promoção desta atividade.

Pesquisa
O território da APA compreende 78% de ambiente marinho, e a grande maioria das pesquisas que ocorrem na unidade (cadastradas no SISBIO) tem seu foco nos mamíferos marinhos, principalmente relacionadas a seu monitoramento. O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos é desenvolvido na UC desde o sul da Ilha de Florianópolis até a praia do Gi, em Laguna, com o objetivo de avaliar a interferência das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário a animais vivos e mortos.

Referências:
1. Plano de Manejo - APA da Baleia Franca. Disponível em: https://www1.icmbio.gov.br/portal/images/stories/plano-de-manejo/plano_de_manejo_apa_da_baleia_franca.pdf. Acesso em 05/02/2020.

2. ICMBio - Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca. Disponível em: http://www.icmbio.gov.br/apabaleiafranca/. Acesso em 05/02/2020.

3. MMA - CNUC: Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca. Disponível em: http://sistemas.mma.gov.br/cnuc/index.php?ido=relatorioparametrizado.exibeRelatorio&relatorioPadrao=true&idUc=6. Acesso em 05/02/2020.